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Líder do ''300 do Brasil'', Sara Winter é presa pela PF em Brasília

Brasil

Detenção foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito de inquérito que investiga ataques antidemocráticos

Sara Winter tentou asilo político nos Estados Unidos, segundo advogado

Sara Winter tentou asilo político nos Estados Unidos, segundo advogado. Foto: Reprodução/internet

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Líder do movimento "300 do Brasil", de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, a ativista de extrema-direita Sara Fernanda Giromini, conhecida como Sara Winter, foi presa preventivamente pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira (15/6).

Sara é alvo do inquérito das fake news, que está no Supremo Tribunal Federal (STF) e apura ameaças, ofensas e informações falsas contra os ministros da suprema Corte. Mas o Correio apurou que a prisão foi no âmbito do inquérito que investiga manifestações antidemocráticas, aberto em abril deste ano a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A informação foi confirmada em uma rede social da ativista. "Sara Winter foi presa por conta de uma investigação sobre financiamento de protestos antidemocráticos. Isso mesmo, as manifestações onde idosos, crianças, deficientes, mulheres participavam em apoio ao PR @jairbolsonaro é a tal manifestação 'antidemocrática'. #AdmAqui", diz a publicação.

Advogada de Sara, Renata Tavares está a caminho da superintendência da Polícia Federal, em Brasília, para levar alguns pertences pessoais à ativista. Renata disse ainda não saber o motivo exato da prisão, "pois falou só por alguns segundos com a cliente por telefone."


Os "300 do Brasil"

Sara lídera um grupo que apoia o presidente Jair Bolsonaro, chamado de "300 do Brasil". Os integrantes estavam acampados, até a manhã do último sábado (13/6), na Esplanada dos Ministérios, mas foram retirados do local pela Polícia Militar do Distrito Federal e o DF Legal (antiga Agefis).

À tarde, ela e um grupo de cerca de 20 pessoas tentaram invadir as áreas restritas do Congresso Nacional, ultrapassando a estrutura que cercava e subindo na parte externa do prédio, onde ficam as gôndolas, próximo às cúpulas do Congresso, mas foram barrados pela Polícia Legislativa.

À noite, os integrantes do movimento voltaram a reagir e apontaram fogos de artifício para o STF e gravaram vídeos para distribuir nas redes sociais com ataques aos ministros e ao governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).

Um dos envolvidos acabou sendo preso pela Polícia Civil do DF nesse domingo (14/6). Renan Silva Sena, de 57 anos, assinou um termo circunstanciado de ocorrência, prestou depoimento e foi solto.

O bolsonarista é o mesmo que, em maio, hostilizou e agrediu verbalmente enfermeiras que participavam de em um protesto pacífico e silencioso na Praça dos Três Poderes em homenagem aos profissionais de saúde que se arriscam no trabalho para salvar vidas de pacientes com covid-19.

 A equipe do Correio flagrou o momento em que agentes da Polícia Civil chegaram em uma viatura descaracterizada e detiveram Renan, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). O suspeito estava acompanhado de um grupo de bolsonaristas. No vídeo, o restante dos membros do movimento tenta impedir a ação da polícia. Um deles segurou a porta dianteira do veículo e foi arrastado.


OUTRAS MANIFESTAÇÕES

Mas essa não foi a primeira vez que Sara e o grupo dela atacaram o STF ou os integrantes da Corte. Em 27 de maio, quando a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra a ativista por ordem de Moraes, ela chamou o ministro de “covarde” e gravou um vídeo dizendo que queria "trocar soco" com o ministro, e que descobriria tudo sobre a vida do magistrado, incluindo os lugares que ele frequenta. "Nunca mais vai ter paz na sua vida”, afirmou na ocasião.

Em 30 de maio, o grupo chegou a fazer um protesto em frente STF e utilizou tochas e máscaras. A imagem lembrou a muitos ações do Ku Klux Klan (KKK), organização racista originada nos Estados Unidos que fala em supremacia branca e já cometeu diversos atos violentos contra negros.

Na ocasião, o grupo que foi protestar em frente ao STF gritava "careca togado, Alexandre descarado", "ministro, covarde, queremos liberdade", "viemos cobrar, o STF não vai nos calar"e "inconstitucional, Alexandre imoral", sempre como gritos de guerra guiados por Sara Winter. (*) Por Sarah Teófilo e Philipe Santos/Correio Braziliense



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