Locutor de rodeios Asa Branca morre aos 57 anos
Brasil
Ele, que enfrentava um câncer agressivo na garganta, será velado e sepultado em Turiúba
Da Redação 04/02/2020Morreu na tarde desta terça-feira (4), o locutor de rodeios Waldemar Ruy dos Santos, que ficou conhecido por seu nome artístico Asa Branca. Ele, que tinha 57 anos e enfrentava um câncer agressivo na garganta, estava internado no Instituto do Câncer, em São Paulo, desde 25 de janeiro.
A informação da morte do lendário “capitão das arenas” foi confirmada nas redes sociais. O velório e sepultamento serão em Turiúba (a 68 km de Penápolis), município da região de Araçatuba e cidade onde nasceu. Além do câncer, ele era portador do vírus HIV desde 1999 e tinha oito válvulas implantadas na cabeça em decorrência de uma hidrocefalia causada pela criptococose, conhecida como doença do pombo.
O locutor era casado com Sandra dos Santos e tinha seis filhos, todos de relacionamentos anteriores. Nos últimos dias, o estado de saúde do artista já era bem crítico. No domingo, teve piora no quadro clínico. Ele já se encontrava totalmente sedado a com saturação baixa.
A alta dosagem de morfina que vinha tomando desde a sexta-feira (28) também não era suficiente para aliviar as dores. A família havia criado uma vaquinha virtual para arcar com custos do tratamento. Foram arrecadados mais de R$ 13 mil, de uma meta de R$ 50 mil.
BIOGRAFIA
Asa Branca nasceu em Turiúba em 19 de abril de 1962. Entrou nas arenas pela porteira da frente, montando em touros, mas a carreira de peão foi interrompida quando o chifre de um animal furou um de seus pulmões.
Sem poder montar, ele passou de peão a narrador e tornou-se a principal atração dos rodeios, destacando-se pela forma como narrava as montarias, sempre inovando.
O helicóptero, uma de suas marcas registradas, quase sempre estava presente em suas entradas triunfais nas arenas. Asa Branca chegou a apresentar programas de televisão, como o Som Brasil e o especial Amigos, ambos da Rede Globo.
Além disso, marcou presença também em novelas, entre elas O Rei do Gado, um dos grandes sucessos da emissora e participou de inúmeros programas de TV, especialmente os dominicais, como o Domingão do Faustão (Globo) e o Domingo Legal (SBT), na época apresentado por Gugu.
À época, ele chegava a faturar até R$ 300 mil por mês e levava uma vida badalada, regada a bebida, drogas, festas e mulheres, conforme o mesmo já revelou. Não por acaso, a história rendeu um livro, escrito pelo jornalista Raul Marques, de São José do Rio Preto.
No lançamento, em São Paulo, mesmo debilitado, Asa Branca deixou sua casa em Guarulhos para acompanhar a cerimônia. De cadeira de rodas, ele posou para fotos e deu atenção aos fãs e amigos. Em 2013, contraiu criptococose, a doença do pombo, que atinge o sistema nervoso.
Na época, chegou a ficar internado por 83 dias, passou por seis cirurgias no cérebro, onde foram colocadas oito válvulas. Recentemente, enfrentou o mais cruel golpe em sua saúde: descobriu um câncer na garganta, que se espalhou pela face. A doença, já em estado terminal, era agravada por sua condição de portador de HIV e pelas válvulas na cabeça. Asa Branca não podia passar pelas sessões de quimioterapia, já que poderia não resistir ao tratamento. (*) Com informações do Diário da Região de Rio Preto e R7
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