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Macron pede reunião para debater morte de migrantes no Canal da Mancha

Brasil

Naufrágio nessa quarta-feira deixou pelo menos 27 pessoas mortas

Os migrantes saíram do porto francês na tentativa de chegar ao Reino Unido, mas apenas dois foram, até agora, encontrados com vida

Os migrantes saíram do porto francês na tentativa de chegar ao Reino Unido, mas apenas dois foram, até agora, encontrados com vida. Foto: REUTERS/Johanna Geron/Direitos reservados

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O presidente francês, Emannuel Macron, pediu uma reunião de emergência, em nível europeu, para debater a crise migratória. Ele quer um reforço imediato da ação da agência europeia de fronteiras. Macron avisa que a França não permitirá que o Canal da Mancha se transforme em um cemitério. O naufrágio de um barco de refugiados causou, nessa quarta-feira (24), a morte de 27 pessoas.

Na madrugada de hoje (25), a França deteve uma quinta pessoa por suspeita de tráfico humano, na sequência do naufrágio.

As autoridades francesas já tinham detido, horas após a descoberta dos corpos, quatro pessoas suspeitas de envolvimento no incidente do Canal da Mancha.

O ministro francês do Interior anunciou hoje a quinta detenção. Segundo Gerald Darmanin, o homem conduzia um veículo de placa alemã e teria comprado na Alemanha os barcos semirrígidos onde seguiam os migrantes.

O número de mortos no naufrágio ainda pode aumentar. Entre os 27 óbitos já confirmados encontra-se um adolescente e três crianças, segundo fontes policiais ouvidas pela Agence France-Presse.

Os migrantes saíram do porto francês na tentativa de chegar ao Reino Unido, mas apenas dois foram, até agora, encontrados com vida.

Os dois sobreviventes, um iraquiano e um somali, estavam em “grave hipotermia” nessa quarta-feira, mas hoje estão “um pouco melhor”, anunciou o ministro do Interior, acrescentando que eles serão ouvidos rapidamente.


ORGANIZAÇÕES MAFIOSAS

Apesar da tragédia e do tempo agitado, muitos migrantes continuam a tentar alcançar o Reino Unido. Esta manhã, dois barcos com cerca de 40 pessoas atracaram na cidade de Dover, na Inglaterra.

A Jurisdição Especializada Interregional da cidade de Lille, junto a Calais, abriu uma investigação sobre a tragédia no Canal da Mancha, que envolvem suspeitas de ajuda à entrada e estadia irregulares por grupo organizado, homicídio e lesões involuntárias e associação criminosa.

O ministro Gerald Darmanin informou que, desde 1º de janeiro deste ano, o país já deteve 1.500 traficantes de seres humanos. Os contrabandistas funcionam como “organizações mafiosas” que atuam no “crime organizado”, chegando mesmo a utilizar “telefones codificados”, disse o governante. Os ministros francês e britânico do Interior deverão se reunir para discutir o assunto.

Darmanin alertou para o fato de estas “associações criminosas” estarem presentes na Bélgica, Alemanha e Inglaterra, defendendo, por isso, que os países trabalhem juntos no combate ao problema.

As tentativas de atravessar o Canal da Mancha a bordo de pequenas embarcações, instáveis e sem segurança, duplicaram nos últimos três meses, alertou recentemente o prefeito marítimo do Canal da Mancha e do Mar do Norte, Philippe Dutrieux.

Do início deste ano até 20 de novembro, cerca de 31,5 mil migrantes partiram das costas francesas e 7,8 mil foram resgatados. Apesar das temperaturas rigorosas nos meses mais frios, a tendência não diminuiu.

Segundo o Reino Unido, nos primeiros dez meses do ano foram 22 mil os migrantes a fazer a travessia.


ACUSAÇÕES

O presidente da França assegurou que seu país não permitirá que o Canal da Mancha se transforme num cemitério”, apelando a uma “reunião de emergência dos ministros europeus”.

Em entrevista à Sky News, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse, por sua vez, estar “chocado, revoltado e profundamente triste”, garantindo que quer “fazer mais”, em conjunto com a França, para desencorajar as travessias ilegais.

Ele disse ter encontrado “dificuldades em persuadir alguns aliados, em particular os franceses, a agir” perante a crise migratória.

O governo francês informou que Macron já esteve ao telefone com Johnson, a quem transmitiu  a esperança de que “os britânicos cooperem totalmente e se abstenham de instrumentalizar uma situação dramática para fins políticos”.

O presidente da República insistiu na necessidade de agir com dignidade, respeito e espírito de cooperação no que diz respeito às vidas humanas.



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