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Medidas de combate ao coronavírus afetam rotina de cemitérios no Rio

Saúde

Secretaria ampliou ações preventivas e protocolos sanitários

No cemitério, o agente funerário deve lacrar os caixões; o velório deve ocorrer a céu aberto, sem capela

No cemitério, o agente funerário deve lacrar os caixões; o velório deve ocorrer a céu aberto, sem capela. Foto: Arquivo/Tomaz Silva/Agência Brasil

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As medidas para evitar a aglomeração de pessoas e a propagação do novo coronavírus mudaram a rotina nos 21 cemitérios do Rio.

Desde 19 de março, quando foi divulgada a primeira morte no estado, até a última terça-feira (31), foram 21 sepultamentos e/ou cremações com óbitos relacionados à covid-19.

Diversas ações preventivas e protocolos sanitários devem ser adotados nesses casos, segundo a Secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente (Seconserma).

Depois de constatada a morte, o corpo é levado diretamente do hospital para o cemitério, uma vez que o preparo, chamado de tanatopraxia, não deve ser feito na unidade hospitalar. Os corpos devem ser entregues envoltos em plástico preto. No cemitério, o agente funerário deve lacrar os caixões. O velório deve ocorrer a céu aberto, sem capela. Depois dessa etapa, o caixão deve seguir direto para a sepultura ou crematório.

Ainda de acordo com a secretaria, técnicos de segurança do trabalho fizeram treinamentos com empregados de todos os cemitérios. Foram confeccionadas cartilhas e folhetos tanto para os empregados quanto para os visitantes. O álcool em gel está disponível nos escritórios dos cemitérios e nos locais de maior circulação de pessoas. Além disso, todos os empregados foram orientados a usar os equipamentos de proteção individual (EPI) necessários: touca/gorro, óculos, máscara, avental e luvas.

De acordo com a secretaria, a capital tem 13 cemitérios públicos e a administração é de responsabilidade das concessionárias Rio Pax (6) e Reviver (7). “Além da prestação dos serviços funerários, as concessionárias devem cuidar da construção, instalação, manutenção e conservação de todos os bens móveis e imóveis das unidades”, informou. O restante dos cemitérios tem administração particular, entre ele, o Jardim da Saudade de Sulacap e o Israelita.

Mesmo com o período de isolamento social, a secretaria informa que tem mantido a rotina diária de fiscalização nos 21 cemitérios da capital. “Para garantir que todos os procedimentos quanto aos serviços de sepultamento ou cremação sejam realizados conforme as orientações dos órgãos”, apontou.


DETERMINAÇÕES

Portaria da Vigilância Sanitária do município, publicada em 24 de março, determina “o estabelecimento de rotinas de asseio e organização dos ambientes onde ocorram o preparo e a manipulação de cadáveres, devendo as instalações, superfícies, os objetos e instrumentais de contato ser higienizados após cada uso”.

A portaria orienta ainda para que o mínimo de pessoas (manipuladores) entre em contato com o corpo, evitando o uso de quaisquer equipamentos que produzam partículas em suspensão. Além disso, o tempo de contato do manipulador deve ser reduzido e não é permitida a maquiagem do corpo.

Os EPIs dos empregados e os demais resíduos devem ser descartados adequadamente e com tratamento de infectantes. Ainda conforme a portaria, deve ser dada a preferência pela cremação ao sepultamento ou embalsamento.

Por causa das medidas de prevenção, o enterro do acadêmico Afonso Arinos de Mello Franco (Afonso Arinos, filho), de 89 anos, no dia 16 de março, por exemplo, não seguiu a tradicional cerimônia no mausoléu da Academia Brasileira de Letras (ABL), no Cemitério São João Batista, na zona sul do Rio.


CASOS CONFIRMADOS

O último boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES) confirmava a existência de 832 casos de covid-19 e 28 óbitos por complicações da doença no estado. (*) Por Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro



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