Metalúrgico é preso por assediar menina de 11 anos nas redes sociais
Polícia
Acusado foi identificado após madrasta da garota se passar por ela na internet
Ivan Ambrósio 06/04/2020Um metalúrgico de 47 anos foi preso, na noite de domingo (5), em Penápolis, acusado de assediar sexualmente uma menina, de 11, residente em Araçatuba, pelas redes sociais. O flagrante ocorreu na casa do homem, que fica no bairro Cidade Jardim.
Segundo o que foi relatado à polícia, a madrasta da garota se passou por ela na internet até chegar ao paradeiro do metalúrgico, que se dizia ser um adolescente. Ele, informalmente, chegou a admitir o interesse em manter relação sexual com a menina, achando que ela fosse maior de 18 anos.
O contato com a criança ocorreu na segunda-feira 930), quando ele enviou para ela, pelo Facebook, um vídeo mostrando um órgão genital e solicitando amizade, além de mensagens se apresentando. A madrasta recebeu as imagens e aceitou o pedido.
Ela orientou a enteada sobre a situação e passou a trocar mensagens com o homem, se passando pela garota. O acusado, inicialmente, disse que tinha 17 anos, residia em Araçatuba e pediu para que a vítima não mostrasse o vídeo que tinha enviado a familiares.
No mesmo dia, ele ainda solicitou para ver a garota tomando banho e que enviasse uma foto dela. Ele, ainda conforme relatado, orienta a apagar as fotos que enviou e as conversas e pede, a todo o momento, que a menina fosse para o quarto.
No sábado (4), o metalúrgico voltou a fazer contato, falando novamente do vídeo que tinha enviado junto do convite para amizade. Na oportunidade, ele pediu que a garota fizesse imagens dela e enviasse. Em seguida, o acusado enviou fotos com e seu cueca, mostrando o órgão genital e questionando se a vítima teria vontade de praticar atos libidinosos.
O homem, ainda durante o dia, enviou mais fotos e pediu para ver a menina nua e, na tarde de domingo (5), solicitou uma chamada de vídeo com a vítima, mas sem volume e com o fone, para não fazer barulho. Diante disso, o pai e a madrasta decidiram procurá-lo.
A família chegou ao paradeiro dele após a mulher contar a um conhecido o que estava acontecendo. Ele, se passando por uma adolescente, passou a trocar mensagens com o metalúrgico, conseguindo identificar o endereço.
VÍDEOS
Os responsáveis pela menina foram ao imóvel, sendo recebidos pelo acusado. Ao ser desmascarado, com a mostra das conversas e das fotos, tentou correr, mas foi detido pelo pai da garota até a chegada da Polícia Militar.
Ele ainda tentou resistir à prisão e agrediu um dos PMs com um tapa no rosto, sendo necessário algemá-lo. Informalmente, o metalúrgico negou o crime, mas confessou que tinha vídeos de mulheres no celular. Dentre as imagens, estavam de crianças caminhando pelas ruas de Penápolis.
O acusado confirmou ter feito os vídeos, mas não soube explicar o motivo. Com a autorização da mãe do homem, os policiais recolheram anotações de endereços de e-mails, Facebook e senhas, além de um chip de celular, o qual será periciado, para tentar encontrar outras possíveis vítimas.
DEPOIMENTO
Levado ao plantão policial, o metalúrgico negou os fatos, dizendo que não era ele quem mandava as fotos ou vídeos de cunho sexual, admitindo apenas que tinha conversado com a menina e com outras pessoas sem aliciá-las ou pedir que mandassem imagens nuas.
No entanto, as imagens foram apresentadas para a mãe dele, que confirmou trata-se do filho. Com isso, o acusado admitiu o crime, alegando que achava que a vítima era “moça” e que tinha a intenção de ter relações sexuais com ela.
Diante dos fatos, o delegado plantonista determinou a prisão sem direito à fiança, com base no artigo 241-D do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) que é assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso.
A pena varia de um a três anos de prisão e multa. Além disso, ele responderá por resistência, já que agrediu um dos militares durante a abordagem. Nesse caso, a pena é de até dois anos de detenção. O metalúrgico, após prestar esclarecimentos, ficou à disposição da Justiça.
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