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Morre Antonio Rodrigues de Souza, o B12, aos 80 anos

Cidade

B12 vendeu bananas na feira livre e nas ruas do centro da cidade por mais de três décadas

B12, famoso vendedor ambulante de bananas pelas ruas de Penápolis, que morreu aos 80 anos

B12, famoso vendedor ambulante de bananas pelas ruas de Penápolis, que morreu aos 80 anos. Foto: Arquivo/JI

JOVEM PAN PENÁPOLIS

Penápolis perdeu a alegria contagiante de um homem simples, trabalhador, honesto, que se tornou uma figura folclórica na cidade pela forma como vendia bananas. Morreu na madrugada desta sexta-feira (3), Antonio Rodrigues de Souza, o popular B12, aos 80 anos.

Ele estava enfermo havia tempos, e se encontrava em casa, na Vila Planalto, quando passou mal e morreu de causas naturais. Familiares chegaram a acionar o serviço de ambulância da Prefeitura, que o socorreu, mas chegando ao pronto-socorro já estava sem vida.

B12 vendeu bananas na feira livre e nas ruas do centro da cidade por mais de três décadas. Era natural da capital Maceió, do estado de Alagoas. Veio para Penápolis em busca de trabalho, atuando na lavoura da cana-de-açúcar. Depois, decidiu vender bananas, que eram fornecidas por um produtor do distrito de Jatobá, município de Alto Alegre.

Mas não era um simples vendedor. A forma como ele se comunicava para a venda das bananas é o que o tornou conhecido e querido de todos. Usava um chapéu de cangaceiro e cheio de apetrechos no colo, como colares e "discretos" girassóis. Pelas ruas falava em alto e bom som enaltecendo as propriedades milagrosas que suas bananas proporcionavam aos consumidores. "RRRRRRRRRRRRRREMÉDIO, REMÉDIO PRO VELHINHO E PRA VELHINHA, O VIAGRA PENAPOLENSE CURA TUDO".

Com sua alegria e entusiasmo, caminhava quilômetros vendendo e conquistando seus clientes dos benefícios da banana. Ainda dizia que não se pode viver sem a “vitamina”, pois esta era capaz de curar várias doenças. Ganhou seu apelido por falar que a banana possuía uma vitamina chamada B-12.


VIDA

Até os 10 anos viveu no Nordeste. Saiu de Maceió em 1952 com toda a família (ele, 18 irmãos e familiares), chegando de trem até Caculé, ainda na Bahia. Depois disso, foram caminhando até a cidade de Montes Claros, em Minas Gerais, numa jornada que durou três meses. Ávidos por emprego e fixação no Sudeste, ficaram sabendo que em Luiziânia, cidade vizinha, teriam emprego na colheita de algodão. Vieram todos em um pau de arara, nome dado aos caminhões usados no transporte de emigrantes nordestinos.

Todos passaram a colher algodão às margens do Rio Feio. Também Foram para Alto Alegre, ficando em propriedades rurais. B12 ainda voltou algumas vezes para a terra natal, antes de se fixar em Penápolis, exercendo a função de pescador.

Conseguiu estudar até o segundo ano e teve que parar. Aos seus 21 anos, se fixou aqui em Penápolis. Continuou trabalhando na roça e também cortou cana na Usina Campestre, antes de começar seu ofício que o deixaria conhecido por todos.

Foi candidato a vereador em 2004 pelo PV. Naquele ano, foi destaque de reportagem feito pelo então colaborador do INTERIOR, Lucas Casella, hoje secretário municipal de Cultura.

B12 foi velado no Bom Pastor Memorial e sepultado no final da tarde no Cemitério Santa Cruz. Deixou esposa, filhos, noras, genro e netos e bisnetos.



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