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Motorista preso por atropelar grupo em bloqueio bolsonarista é denunciado por 16 tentativas de homicídio

Polícia

Caso foi registrado na rodovia Washington Luís, em Mirassol (SP), no dia 2 de novembro

Carro avança sobre bolsonaristas e deixa feridos

Carro avança sobre bolsonaristas e deixa feridos. Foto: Arquivo Pessoal

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O Ministério Público denunciou por 16 tentativas de homicídio o motorista de 28 anos preso após atropelar um grupo em um bloqueio bolsonarista na rodovia Washington Luís, em Mirassol (SP), no dia 2 de novembro.

De acordo com a denúncia, o promotor Hérico William Alves Destéfani entendeu que o motorista assumiu o risco de matar 14 populares e dois policiais militares. Dentre os civis havia duas crianças.

Segundo o Ministério Público, a promotoria entendeu que os crimes foram cometidos a partir de meio que dificultou a defesa das vítimas, e não se consumaram por circunstâncias alheias à vontade do motorista.

A denúncia foi encaminhada à Justiça e aceita na segunda-feira (21).

Várias pessoas gravavam vídeos do ato quando um carro de cor prata acelerou e atropelou o grupo que estava no meio da pista. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram as vítimas caídas no asfalto.

Segundo o capitão da Polícia Militar Rodoviária de Rio Preto, Maurício Noé Cavalari, uma negociação para desinterditar a rodovia era realizada quando o atropelamento aconteceu.

“Alguns manifestantes chegaram a deitar na rodovia. Não houve uso de força, mas um condutor arrancou bruscamente sobre as pessoas. Ele só parou quando os policiais fizeram a abordagem”, disse.

Na ocasião, várias ambulâncias foram acionadas e levaram os feridos para hospitais e unidades de saúde da região.

"Fizemos isso para não sobrecarregar os hospitais. Retiramos o condutor e a passageira do carro para levá-los à delegacia em segurança. Também conseguimos conversar com os manifestantes e liberar a rodovia por completo", afirmou.

Das pessoas atingidas, sete foram encaminhadas à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mirassol, onde foram medicadas e liberadas. Outras quatro foram levadas a hospitais de Rio Preto. Não há informação sobre as demais. Ninguém morreu.


REAÇÃO

De acordo com o coronel do Comando de Policiamento do Interior 5 (CPI-5), Carlos Enrique Forner, bolsonaristas tentaram agredir o motorista que atropelou o grupo, mas foram impedidos por equipes da corporação. Muitas pessoas cercaram o carro depois do atropelamento e danificaram o veículo.

"Os manifestantes estavam na pista, fazendo uma manifestação pacífica, quando um dos motoristas investiu. A própria polícia fez a abordagem. Tínhamos a preocupação porque os manifestantes queriam linchar o motorista", afirmou.

O motorista do carro que atropelou o grupo foi preso em flagrante por tentativa de homicídio, levado à delegacia de Mirassol e encaminhado à Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Rio Preto. Ele teve a prisão convertida em preventiva no dia 3 de novembro.

Segundo a Polícia Civil, ele foi indiciado por 18 tentativas de homicídio. Em entrevista ao g1, o delegado Marcelo Rogério Barozzi disse que o condutor do veículo alegou em depoimento que acelerou após ser agredido pelos participantes do ato.

"Minha tese da época do flagrante ficou mais robustecida. Os vídeos anexados ao processo comprovaram que o motorista não parou. Ele diminuiu a velocidade e saiu cantando pneu. O vidro do carro do motorista estava fechado", afirmou.

A advogada do motorista, Priscila Furlaneto, afirmou que impetrou habeas corpus para revogar a prisão preventiva dele. (*) Por g1 Rio Preto e Araçatuba



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