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“Nasci de novo”, diz fisioterapeuta que sobreviveu na queda de marquise

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Juliana se recupera em casa após passar por cirurgia; ela permaneceu internada por 11 dias em Araçatuba

Juliana se recupera em casa aos lados dos familiares e amigos após sofrer acidente

Juliana se recupera em casa aos lados dos familiares e amigos após sofrer acidente. Foto: Ivan Ambrósio

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O que era para ser apenas mais um sábado comum se transformou em renascimento para a fisioterapeuta Juliana Maria Garcia, de 38 anos, que sobreviveu após a queda da marquise do Penápolis Shopping Center, no final da manhã do último dia 23 de novembro e que vitimou fatalmente a jovem Késia Aquilino Cândido, de 18.

Passado o acidente que comoveu toda a cidade, Juliana busca agora o carinho dos familiares e amigos para retomar a rotina aos poucos. Ela, que sofreu uma fratura na coluna, passou por cirurgia e segue em recuperação. Para os médicos, o período para retornar aos seus afazeres é seis meses, mas, para Juliana, a vontade é voltar na metade do prazo estipulado.

“Estou fazendo de tudo para me recuperar. Já consigo dar uns passos curtos, graças às sessões de fisioterapia”, disse. A sobrevivente, durante boa parte do dia, permanece deitada, em repouso ou, quando recebe visitas, usa uma cadeira de rodas.

Com um sorriso no rosto, ela contou que a lembrança do acidente continua viva. “Foi um milagre, pois nasci novamente. É uma nova chance que Deus está me dando, porque não tem outra explicação. Só tenho que agradecer a Ele por estar vivo”, contou.


PRESENTE

Juliana, que permaneceu 11 dias internada em um hospital particular de Araçatuba, relatou que tem por rotina ir ao centro de compras aos finais de semana. “Sempre vou com minha filha de quatro anos para almoçar e, no dia do acidente, não foi diferente”, informou.

A sobrevivente explicou que, como precisava comprar um presente para a sobrinha, decidiu ir até o shopping. “Parei meu carro próximo à lotérica, que fica metros à frente do prédio. Desci com minha menina, entramos lá e compramos o mimo, pois iríamos entregar às 12h”, relembrou.

Mãe e filha saíram do local e foram até outra loja no quarteirão do lado conferir alguns produtos. Próximo do horário, Juliana atravessou a rua e foi até a calçada do empreendimento, na avenida Bento da Cruz.

“O único momento que lembro é que estávamos retornando para voltar ao carro quando, ao passar embaixo da marquise, parei para enviar uma mensagem ao celular da minha sobrinha, quando a estrutura cedeu e caiu, me atingindo. Por sorte, minha filha estava longe, bem no final da calçada em direção à rua e, por isso, nada sofreu”, lembrou.

Após isso, a fisioterapeuta recorda que apenas se queixava de dores e pedia ajuda, quando quatro bombeiros se aproximaram dela. “Com todo cuidado, eles, que estavam almoçando no shopping, me mobilizaram, no momento que uma ambulância passou na rua e, diante dos gritos, parou”, destacou.

Juliana foi levada ao pronto-socorro, onde recebeu os primeiros atendimentos médicos. Diante da gravidade da lesão sofrida, foi encaminhada para o pronto-atendimento e, em seguida, ao hospital particular de Araçatuba, onde passou por exames que constataram a necessidade de uma cirurgia.

“Foi tudo muito rápido. Cheguei ao hospital por volta das 15h e, às 21h, passei pelo procedimento, que durou duas horas. Foram colocados dez pinos e duas placas na minha coluna”, ressaltou.


CÂNCER

O apoio da família e amigos tem sido o alicerce fundamental para a sobrevivente. “De 2016 para 2017 tive um câncer, onde passei por 12 sessões de quimioterapia e 15 de radiologia, não sendo em nenhum momento desamparada por eles. Foi com isso e com minha fé em Deus que obtive a cura dessa doença e, em breve, voltarei a ter uma vida normal com todo o trabalho de reabilitação que vem sendo feito”, garantiu.

Agora em casa, a rotina da fisioterapeuta são os exercícios para a recuperação. Assim que estiver 100%, já fez até um plano das ações e atividades que fará. “Quero voltar a trabalhar, brincar com minha filha, ir ao clube e, principalmente, voltar ao shopping”, reforçou.

A solidariedade de pessoas que não a conhecem pessoalmente tem sido outro fator que vem ajudando na recuperação. “Quantas mensagens, nos últimos dias, tenho recebido pelas redes sociais e isso me ajuda muito nessa pós-cirurgia”, observou.

Juliana complementa que tem tido total respaldo da direção do centro de compras e aproveitou para agradecer a todos que estão contribuindo de alguma forma para que ela retorne o mais rápido possível às atividades. “Sou eternamente grata por tudo que fazem. Aos meus familiares, equipes médicas, bombeiros, amigos, sócia, pacientes, enfim, a todos só desejo que Deus dê tudo em dobro e, em breve, voltarei a rotina normal, pois sempre tem um recomeço”, finalizou.



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