JARDIM DO LAGO 6 NOVO HORIZONTAL TOPO

Negociação entre Santa Casa, Prefeitura e Hemocentro reverte suspensão de cirurgias

Saúde

Hospital possui dívidas e, por isso, fornecimento de bolsas de sangue estavam canceladas

Ofício enviado ao corpo clínico da Santa Casa informava a suspensão das cirurgias

Ofício enviado ao corpo clínico da Santa Casa informava a suspensão das cirurgias. Foto: Arquivo/JI

JOVEM PAN PENÁPOLIS

Uma negociação entre a Santa Casa, por meio da AHBB (Associação Hospitalar Beneficente do Brasil), Prefeitura de Penápolis e Hemocentro de Ribeirão Preto reverteu a suspensão das cirurgias que, até então, estavam suspensas no hospital, conforme ofício enviado ao corpo clínico na última terça-feira (24).

A medida ocorreu após o Hemocentro de Ribeirão Preto suspender o fornecimento de bolsas em virtude de dívidas que a unidade possui. Segundo apurado pela reportagem, a Santa Casa deve aproximadamente R$ 500 mil, descontando os juros, referente as bolsas de sangue disponibilizadas ao atendimento de pacientes de convênios e particulares.

Para os que são atendidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), o Ministério da Saúde já repassa os valores diretos para o Hemocentro. No documento, assinado pelo diretor técnico Sidnei Albergard, em 27 de outubro, o órgão informou que não forneceria mais as bolsas.

“Inicialmente houve, embora muito reduzido, o envio de seis unidades – cinco de O positivo e uma de O negativo. A direção solicitou que este fornecimento fosse dobrado para viabilizar o atendimento”, descreve o ofício. Ainda segundo o diretor técnico, o documento foi recusado em Araçatuba, sendo reportado em Ribeirão Preto, mas sem sucesso.

“Nos últimos dias, o fornecimento mínimo foi cortado sendo que, no momento, a obtenção de sangue ocorre somente sob demanda e comunicação direta entre o médico assistente e o responsável pelo Hemocentro. Diante do ocorrido e, com suspensão do envio, tomamos a decisão como medida para resguardar a segurança dos pacientes em 1º lugar e dos profissionais”, ressaltou.

A nota finalizava que todos os casos deveriam ser referenciados via Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde). A reportagem tentou contato com a direção do hospital, gerenciado pela AHBB (Associação Hospitalar Beneficente do Brasil), para comentar o assunto mas, até o fechamento desta edição, não houve retorno.


ACORDO

Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a Prefeitura informou que “a secretaria municipal de Saúde, como forma de parceria com a gestão da Santa Casa, colaborou nas negociações acerca do pagamento da dívida existente entre o hospital e o Hemocentro”.

“Felizmente, foi fechado um acordo de parcelamento, restabelecendo-se, de imediato, o fornecimento de sangue e derivados para a rotina do hospital”, destacou. Em recente entrevista a um veículo de comunicação, o superintendente da Santa Casa, Roberto Torsiano, comentou que a dívida chegou a ser de R$ 845 mil.

“Há vários meses estamos tentando negociar de uma forma que seja cumprida mas, infelizmente, o Hemocentro demonstrou dificuldade, endurecendo o fornecimento das bolsas”, relatou. Ele ainda disse que a última proposta para quitação do débito – de aproximadamente R$ 500 mil – seria parcelar o valor em até 60 meses, além de R$ 80 mil em honorários advocatícios, que também poderiam ser divididos em até 36 meses.


CÂMARA

Na sessão da Câmara da última segunda-feira (24), o presidente do Legislativo, Ivan Sammarco (DEM), falou sobre a falta de sangue enfrentada pela Santa Casa. O democrata afirmou na tribuna que o problema surgiu com a decisão do Hemocentro de Ribeirão de Preto de suspender o fornecimento de sangue por causa de dívidas do hospital local.

“Precisamos urgentemente de uma solução. Não é possível a Santa Casa ficar sem sangue, o qual tem utilização com grande frequência. Vidas podem ser perdidas na falta do atendimento no tempo certo”, disse. Segundo ele, enquanto não houver acordo sobre as pendências financeiras, o Hemocentro de Ribeirão Preto atenderia a unidade apenas com uma bolsa de sangue para caso de comprovada urgência explícita.

“Isso não representa praticamente nada. Às vezes, uma vítima de acidente precisa até de oito bolsas de sangue”, considerou o presidente da Câmara. As dificuldades para o atendimento refletem no pronto-socorro municipal. Ivan Sammarco afirmou que a unidade não estava aceitando internações por causa da falta de sangue.



BIG MART INSTITUCIONAL Horizontal Topo

Comentários

Atenção: Os comentários feitos pelos leitores não representam a opinião do jornal ou do autor do artigo.