“O comércio não suportaria 60 dias fechado”, avalia presidente do Sincomércio
Economia
Ele acrescentou que, se fechar por 60 dias, 70% das lojas não se manterão
Carlos Netto 26/03/2020As dificuldades vividas pelo comércio fechado, inicialmente, por 15 dias, conforme determinação da Prefeitura de Penápolis em decreto publicado no início da semana, pode piorar ainda mais se as medidas adotadas não conterem o Covid-19, o novo coronavírus, nos próximos 60 dias.
A observação foi feita, na manhã de ontem (25), pelo presidente do Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista de Penápolis), Júlio Cesar Galinari, durante participação no ‘Direto da Redação’, programa do INTERIOR em sua página no Facebook.
Em sua avaliação, as duas semanas determinadas são suficientes para resultar em graves perdas para a economia brasileira e, com o comércio penapolense, não será diferente. Consultado, hipoteticamente, sobre uma possível prorrogação do período de fechamento por mais 60 dias, Galinari avaliou. “Mais que 15 dias, eu acredito que 70% dos estabelecimentos não voltam a abrir. É uma previsão drástica, mas pode ocorrer”, disse.
DECISÃO
Para ele, embora a decisão de fechar o comércio local tenha ocorrido a partir de decreto municipal, conversas de lideranças sindicais já estavam em andamento com as autoridades ligadas ao Gabinete de Gerenciamento de Crise tendo, inclusive, a grande aceitação por parte de comerciantes.
Apesar da decisão, Galinari acrescentou que a categoria tem consciência de que era preciso uma atitude nesse sentido para evitar que o vírus tivesse uma curva crescente no município e as autoridades municipais não pudessem controlar. “Mesmo assim, existe, por parte do sindicato, uma preocupação de como será depois da quarentena, tendo conversas com a Fecomércio-SP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo)”, relatou.
O presidente do Sincomércio lembrou que não há, inicialmente, decisões formadas sobre conceder férias coletivas ou antecipar as individuais, bem como usar o banco de horas aos empregados. “Vamos aguardar as próximas orientações. Temos recomendado aos comerciantes para que reúnam seus colaboradores, expliquem a situação e vejam todas as possibilidades. Sabemos que é difícil, mas o importante nesse momento é evitar demissões e preservar os empregos”, analisou.
BOLETOS
Galinari reforçou, durante entrevista, que a preocupação da grande maioria dos comerciantes é com relação ao pagamento das contas. Neste sentido, a orientação inicial é que tentem uma negociação com os fornecedores. “Sabemos que existem alguns com maior facilidade e possibilidade de negociação por terem mais caixa. Se não houver acordo, o comerciante terá que deixar de pagar”, lamentou. O Sincomércio está mantendo serviço de plantão para atendimento por telefone e whatsapp, pelo número (18) 3654-0080, que pode ser usado pelos associados para informações.
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