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Oftalmologista Dr. Benetti morre aos 68 anos por complicações da Covid-19

Cidade

Além da clínica particular, ele prestou serviços para a rede pública, atendendo gratuitamente à população

Médico era casado com Solange Kill Benetti e deixou três filhos, além de seis netos

Médico era casado com Solange Kill Benetti e deixou três filhos, além de seis netos. Foto: Vitor Pezarini/Colaboração

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Penápolis perdeu, na sexta-feira (8), o médico oftalmologista Carlos Alberto Cardoso Gomes Benetti, o Dr. Benetti, aos 68 anos. Ele foi vitimado pelas consequências da Covid-19. O médico nascido penapolense, estava internado havia 38 dias no Hospital do Coração (HCor), em São Paulo.

Pessoa e profissional das mais conhecidas e queridas em toda a cidade, desde o anúncio de sua enfermidade formaram-se correntes de oração. O caso era considerado grave, tendo permanecido na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A torcida por sua recuperação veio do ciclo familiar, amigos, clientes e também anônimos. O falecimento de Dr. Benetti ocorreu pela manhã, causando profundo pesar em toda a cidade.

Nas redes sociais as manifestações foram de que “Penápolis perde mais um médico querido e respeitado por todos!”; “homem educado, profissional exemplar”; “ótimo profissional”; “que tristeza, perdemos um grande homem”, entre tantas outras. Era Rotariano do Rotary Club de Penápolis.

Além de sua clínica particular, Dr. Benetti prestou serviços para a rede pública, tendo realizada campanhas de cirurgias de catarata inclusive em outros Estados. Recebeu o prêmio “Aquarela do Brasil”, por mais de mil cirurgias de catarata realizadas gratuitamente, por meio de um projeto do Lions Club Internacional.

O médico era casado com Solange Kill Benetti e deixou três filhos Júnia, Paola e Carlos, além de seis netos. Com muita competência, exerceu a profissão durante 44 anos. A família administra o COHR, uma rede de clínicas (Centro de Oftalmologia Humanizada de Referência), com os profissionais Guilherme Kill Júnior, Júnia Kill Benetti, Allan Maghidman, Lucas Kill, Rodolfo Kill e até futuros netos.

Este grupo de oftalmologistas foi guiado por Dr. Carlos Benetti. O COHR possui unidades em Penápolis, São José do Rio Preto, Olímpia, Mirassol e Itatiba. O serviço possui tecnologia e tradição. O corpo foi transladado para Penápolis, com previsão de chegada durante a noite.

Até o fechamento desta edição não havia confirmação quanto a realização ou não de velório. Por já ter passado o período de transmissão, tendo Dr. Benetti ficado internado há mais de 30 anos, o corpo estava autorizado para ser velado. Essa decisão seria tomada pela família quando da chegada do traslado.


HOMENAGEM

Um texto escrito pela filha dele, a também médica Júnia Kill Benetti para a revista Vitrine Mulher, mostra a dedicação do pai durante a sua carreira. “Foi me dada a oportunidade de escrever sobre os 44 anos de medicina exercidos por ele. Sou feliz e grata por seguir seus passos. Somos oftalmologistas por amor, vocação e muito trabalho. Compartilhar seu legado me deixa extremamente orgulhosa desse ser humano e profissional incrível que se tornou”, relatou.

A família do médico administra o COHR (Centro de Oftalmologia Humanizada de Referência), uma rede de clínicas com os profissionais Guilherme Kill Júnior, Júnia Kill Benetti, Allan Maghidman, Lucas Kill, Rodolfo Kill e até futuros netos. Este grupo era guiado por Benetti e possui unidades em Penápolis, São José do Rio Preto, Olímpia, Mirassol e Itatiba.

Benetti acompanhou e vivenciou todas as fases da cirurgia, a época da extração total do cristalino (intracapsular), da facoemulsificação, passando depois aos procedimentos de catarata com laser e lentes premium (que dispensam o uso de óculos). Atualizações e a busca por novas técnicas cirúrgicas foram os diferenciais na vida dele, assim como diversas mudanças nas clínicas, sempre com um toque especial de sua esposa.

“Minha mãe sempre foi companheira. Lembro-me das diversas vezes em que se preocupava, levando café e bolo ao centro cirúrgico da Santa Casa. Não raro, os casos de pacientes, com suas alegrias e tristezas, faziam parte das nossas horas de almoço. Datas comemorativas, como natais e aniversários, tinham as festividades interrompidas para atender chamadas do pronto-socorro. Foi uma trajetória intensa e atribulada”, contou.

Ela recordou um fato em especial, de um jantar oferecido no Terraço Itália, onde o pai foi receber o prêmio “Aquarela do Brasil”, por mais de mil cirurgias de catarata realizadas gratuitamente, por meio de um projeto do Lions. O então presidente, Dr. Carlos Figueiredo e Benetti receberam a honraria do então deputado da época, Clodovil Hernandes (já falecido) e da atriz Rosamaria Murtinho. Júnia também contou um pouco da trajetória do pai pelo SUS (Sistema Único de Saúde), onde fez amigos em diversos Estados, entre eles a Bahia.

“No Pará, íamos de barco atender os ribeirinhos e, no Acre, atendemos em Cruzeiro do Sul nos hospitais de leprosos. São muitas histórias vivenciadas, não somente como médico e amigo, mas como ser humano. Certa vez, meu pai foi à penitenciária onde estavam os prisioneiros mais perigosos. Não tenho fotos, pois nesta ocasião não tive coragem de ir. Ao regressar, compartilhou sua experiência comigo. Esse é apenas um breve relato sobre o caminho percorrido, para que seja possível compreender a importância desta pessoa para nós, sua família, como também para tantas pessoas que esse médico especial devolveu o brilho nos olhos. Obrigada por me ensinar, não só medicina, mas o amor por tudo isso”, finalizou.



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