Pais de estudantes protestam pacificamente contra suspensão do transporte escolar

Educação

Ato ocorreu na frente do Paço; prefeito e secretário da Educação conversaram com o grupo

Ivan Ambrósio 21/09/2021

Pais de alunos matriculados na rede particular de ensino e que residem na zona urbana e rural de Penápolis protestaram pacificamente, na manhã de ontem (20), contra a suspensão da Prefeitura em fornecer o transporte escolar. O ato ocorreu na frente do Paço Municipal. O prefeito Caíque Rossi (PSD) e o secretário de Educação, José Carlos Pansonato Alves, o Zeca, conversaram com o grupo.

Antes, eles participaram do programa Radar, da Rádio Ativa FM (93,5), onde explicaram os motivos e quais medidas estão sendo tomadas. A polêmica iniciou-se após o retorno presencial das aulas. A Prefeitura deixou de fornecer o serviço aos que estudam em escolas particulares, Sesi e da Etec (Escola Técnica Estadual) João Jorge Geraissate, o Colégio Agrícola, causou diversas manifestações.


CARTAZ

O grupo chegou pouco antes das 9h. Com um cartaz escrito “Prefeito Caíque Rossi proibiu meu filho de estudar”, eles reivindicaram uma solução para o caso, já que alguns estavam perdendo dia de serviço para trazer os filhos até a unidade, isso quando há condições de fazer isso, caso contrário, as crianças e os jovens acabam ficando em casa.

Como alternativa momentânea, os pais disseram que uma pequena parcela dos estudantes prejudicados com essa medida tem conseguido carona com outras pessoas para poder ir até a escola, mas que isso não poderia ser feito por mais tempo, já que não tem condições financeiras de bancar o custeio dos que generosamente tem cedido lugar nos veículos.

Ainda no protesto pacífico, o grupo citou que alguns dos estudantes estão matriculados no Sesi, escolas particulares e no Colégio Agrícola. Hoje, a Prefeitura possui 32 linhas que transportam 1,6 mil alunos, dos quais, apenas 300 são da rede municipal, enquanto os demais compõem a estadual.


ENTREVISTA

Em entrevista à Rádio Ativa FM, o prefeito informou que o serviço para os alunos das redes municipal e estadual continuam sendo feitos normalmente e que o corte para o particular foi feito seguindo uma recomendação do setor Jurídico. Na sexta-feira (17), o MP (Ministério Público), provocado por uma ação popular, se manifestou pela desobrigação do Executivo em ceder o transporte para os estudantes da rede particular.

Caíque ainda explicou que não fornecerá o serviço, contrariando o parecer jurídico da Prefeitura e também a manifestação da Promotoria, mas que só mudaria a decisão, caso haver uma autorização da Justiça. Ele chegou a pedir para que os pais que estão se sentindo prejudicados, que entrem com a ação. “Nós queremos pagar. Se for autorizados, faremos isso até para as particulares. O que eu peço é que procurem a Justiça”, afirmou.

O secretário municipal de Educação garantiu o transporte para os alunos da rede municipal, o qual considera de sua inteira responsabilidade. “Se está tendo alguma dificuldade, me procure para sanarmos o problema”, destacou. Ele ainda garantiu o serviço para os estudantes das unidades estaduais, já que há um convênio firmado. Zeca observou que, para os que estão matriculados no Sesi, a iniciativa da suspensão do serviço partiu dele próprio, por não haver amparo legal.

“Fui bastante impositivo quanto ao prefeito. Enquanto estiver aqui, não deixarei que faça. A responsabilidade e a decisão é única e exclusivamente minha”, ressaltou. O secretário frisou que não destinará qualquer tipo de recurso municipal para outra rede. “Enquanto titular da pasta, não farei isso, seja privado ou de outro ente federado, como no caso do Colégio Agrícola, o qual tínhamos duas linhas”, explicou.

Por fim, Caíque aproveitou para enfatizar que o município está aberto para conversas e tratativas sobre a abertura de convênios com as duas unidades para que o transporte seja restabelecido. “Se as diretorias destas quiserem fazer isso, naturalmente transportaremos os alunos”, finalizou.