Pela primeira vez COI admite adiar Olimpíadas de Tóquio por coronavírus
Esportes
Comitê Olímpico Internacional define até 4 semanas para decisão sobre data das Olimpíadas marcadas originalmente para julho e agosto
Da Redação 22/03/2020Após pressão de atletas e comitês esportivos de vários países, o Comitê Olímpico Internacional (COI) definiu que em até quatro semanas tomará uma decisão sobre a data dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, previstos inicialmente para 24 de julho a 9 de julho.
Em reunião de emergência realizada neste domingo (22/3), o COI descartou um cancelamento dos Jogos Olímpico de Tóquio, mas admitiu pela primeira vez desde o começo da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que pode adiar o maior evento multi-esportivo do mundo.
Há sugestões de que as Olimpíadas sejam remarcadas para o final deste ano, para 2021 ou até para 2022. Em todos os discursos do COI até o momento, a entidade sempre ressaltou a confiança nos organizadores japoneses, mas o aumento da disseminação e as consequências do Covid-19 em vários continentes fez o comitê executivo da entidade dar o braço a torcer e admitir repensar os planos.
"Por um lado, há melhorias significativas no Japão, onde as pessoas recebem calorosamente a chama olímpica. Isso poderia fortalecer a confiança do COI nos anfitriões japoneses de que o COI poderia, com certas restrições de segurança, organizar os Jogos Olímpicos no país, respeitando seu princípio de salvaguardar a saúde de todos os envolvidos", disse o COI, em comunicado neste domingo.
"Por outro lado, há um aumento dramático de casos e novos surtos de Covid-19 em diferentes países em diferentes continentes. Isso levou o CE à conclusão de que o COI precisa dar o próximo passo em seu planejamento", ponderou a entidade máxima que rege os esportes olímpicos no mundo. O COI ainda pontuou que vários locais necessários para os Jogos podem não estar disponíveis em função da pandemia.
PEDIDOS DE ADIAMENTO
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) e o Comitê Paralímpico Brasileiros (CPB) declararam nesta semana apoio ao adiamento dos Jogos de Tóquio devido ao agravamento do novo coronavírus, que se espalha pelo mundo.
As reclamações de atletas e dos comitês dos países é principalmente em funçaõ da impossibilidade de treinamento em vários países onde a recomendação é ficar isolado em casa e do cancelamento de campeonatos a nível internacional, inclusive daqueles que são classificatórios em várias modalidades registradas no programa olímpico.
Em movimento liderado por Callun Skinner, ciclista britânico, medalhista de prata no Rio-2016, vários repudiaram a manutenção da data. Entre eles o nadador brasileiro Nicholas Santos, um dos primeiros atletas do Brasil a reforçar a tag #Tokyo2021. Depois, muitos outros esportitas do país se juntaram na campanha por uma nova data.
No movimento paralímpico, o nadador Daniel Dias, maior vencedor da natação masculina em Paralimpíadas com 24 medalhas, faz parte do grupo que pressiona as entidades pelo adiamento dos Jogos. As Paralimpíadas de Tóquio estão marcadas para 25 de agosto a 6 de setembro. (*) Por João Romariz e Maíra Nunes – CORREIO BRAZILIENSE
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