Penápolis registra aumento de 61% em medidas protetivas durante isolamento
Polícia
De março a junho deste ano, houve uma elevação no número de pedidos na DDM
Da Redação 07/08/2020Desde o início do isolamento social por conta da pandemia da Covid-19, órgãos internacionais de proteção de mulheres alertam para o aumento de casos de violência doméstica em todo o mundo. Em Penápolis, a DDM (Delegacia da Defesa da Mulher) aponta um aumento de mais de 61% do número de pedido de medidas protetivas efetuadas nesse período.
Diante esse cenário global e local, o Comdim (Conselho Municipal dos Direitos da Mulher) busca orientar a comunidade a fim de proteger as mulheres e seus filhos dessa situação de agressão, visto que é necessário fazer a denúncia dos casos de violência.
De acordo com a presidente, a psicóloga Lia Maura Camilo Bezerra, por conta do isolamento social, quando as pessoas passam a maior parte do tempo dentro de casa, os relacionamentos abusivos e agressivos têm se agravado.
“Nesse período, o casal está fisicamente mais próximo, com os ânimos acirrados e por consequência, a agressão acontece com maior frequência e muitas vezes, na frente dos filhos que também estão isolados em casa”, analisou. Especialista na área de violência doméstica, ela ressalta que é preciso denunciar os casos de agressão.
“Isso pode ser feita pela própria vítima. Mas, caso ela seja impedida pelo seu parceiro de sair de casa ou fazer ligações, outra pessoa pode denunciar, seja um parente, vizinho ou amigo. Por isso, todos precisam estar atentos aos sinais de agressão para proteger as mulheres”, destacou.
Dentre os sinais que identificam que uma mulher está passando por situação de violência doméstica estão brigas constantes, manchas roxas pelo corpo, tristeza, deixar de conversar com outras pessoas, entre outros.
OCORRÊNCIAS
Segundo levantamento realizado pela delegada Maria Salete Cavestré Tondatto, titular da DDM, de março a junho de 2020, houve um aumento de mais de 61% do número de medidas protetivas, comparada ao mesmo período do ano passado e meses anteriores.
Os registros de BOs de violência contra a mulher e de prisões em flagrantes se mantiveram praticamente os mesmos. De março a junho de 2019, foram registradas 115 ocorrências, dez flagrantes e 39 medidas protetivas. No mesmo período de 2020 (março a junho - durante o isolamento social), foram registradas 110 ocorrências, 11 prisões em flagrantes e 63 medidas protetivas.
De novembro de 2019 a fevereiro de 2020 (meses antes do isolamento social) foram registrados 115 BOs, nove flagrantes e 34 pedidos de medidas protetivas. Dentre os registros a maioria é de ameaça - mais de 60% -, tendo, na sequência, as de lesão corporal - cerca de 30% -, vias de fato, crime contra a honra, entre outros.
ISOLAMENTO
Conforme analisou a delegada, o isolamento social está trazendo consequências que acentuam a violência doméstica. “Temos notado crescentes desavenças por causa do alcoolismo, dificuldades econômicas, ciúmes por conta de redes sociais, entre outras situações que têm se potencializado no isolamento, quando os companheiros estão mais dentro de casa”, comentou.
Para ela, o aumento do número de medidas protetivas mostra que a mulher está mais vulnerável nessa situação e precisa se proteger. “Conseguimos o procedimento de 24 a 48 horas e assim, o companheiro precisa sair de casa ou se já estiverem separados, não pode procurar a vítima, o que aumenta a segurança e proteção da mulher e filhos”, explicou.
DENÚNCIA
Salete ressalta que é importante denunciar os casos de violência logo na primeira agressão. “Normalmente, a mulher sofre há anos com agressões até procurar ajuda. Precisamos colocar um fim nestes casos”, disse. Para denúncia, a pessoa pode procurar da DDM na avenida Bento da Cruz, 223, Centro, ao lado do 1º DP (Distrito Policial).
O horário de funcionamento é das 8h às 18h, de segunda à sexta-feira; aos finais de semana, pode-se procurar o plantão policial. As ocorrências também podem ser registradas pela internet, na delegacia eletrônica da Polícia Civil ou ainda pelo telefone (18) 3652-1951, onde pode ser feita denúncia anônima. (*) Com informações da Secom – PMP
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