Pesquisadores desenvolvem rodo com raio ultravioleta capaz de eliminar vírus e bactérias
Região
Técnicos, alunos e professores da Unesp de Ilha Solteira (SP) desenvolveram o projeto como medida preventiva ao novo coronavírus
Da Redação 15/06/2020Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Ilha Solteira (SP) desenvolveram um rodo com tecnologia ultravioleta capaz de eliminar vírus e bactérias das superfícies.
Técnicos, alunos e professores dos cursos de física, química, engenharia elétrica e biologia estão desenvolvendo o projeto. Além do rodo, o grupo também está desenvolvendo faroletes com a mesma função.
A estrutura é a mesma de um rodo, só que a diferença está na parte debaixo. No lugar da borracha uma lâmpada que emite radiação ultravioleta. Ela serve para esterilizar ambientes, matando germes, vírus e bactérias.
"Minha formação é física, eu fiz um mestrado em física médica. Então, eu sempre tive a ideia de ajudar e essa aqui foi uma grande oportunidade que eu tive e estou tendo", diz o pesquisador da Unesp e coordenador do projeto, Cláudio Luiz Carvalho.
O projeto já produziu seis rodos e quatro faroletes, todos doados a hospitais da região de Ilha Solteira. Gilberto Antonio Brito, técnico de laboratório da Unesp, conta como funciona o desenvolvimento dos projetos da instituição.
"A gente tem que procurar visualizar acima dos riscos o projeto final para poder ter uma ideia de como vai ser. A partir daí, tem que dar asas à imaginação, tem que pôr no papel o projeto que a gente usa, no programa de desenho. Em cima disso, a gente consegue definir parâmetros, ver se funciona e a gente conversa, troca ideia, vê se é daquele jeito e, estando 'ok', nós começamos executar o projeto", explica.
Segundo as orientações dos desenvolvedores, o rodo deve ser utilizado apenas no chão, em ambientes mais abertos. Já os faroletes são indicados para serem utilizados em ambientes fechados e objetos como mesas, macas, computadores e até mesmo nas maçanetas das portas.
Mesmo com o uso dos equipamentos, a orientação dos pesquisadores é de que as unidades de saúde continuem realizando, normalmente, a limpeza dos espaços. A utilização das lâmpadas ultravioleta deve ser vista como um complemento para auxiliar no trabalho já desenvolvido.
O custo de fabricação de cada rodo gira em torno de R$ 300. Os faroletes custam cerca de R$ 150. As primeiras unidades foram pagas pelos professores e alunos, mas, para que o projeto possa continuar, é necessário financiamento.
"O importante é que alguém abrace a causa e, é claro, nós vamos dar toda a assistência que precisar para poder dar continuidade nesse sentido, atender mais gente e tornar o ambiente em que essas pessoas, os médicos, os enfermeiros, que a gente sabe que eles estão tendo vários problemas, mas que eles trabalhem de uma forma um pouquinho mais segura", afirma o coordenador do projeto. (*) Por G1 Rio Preto e Araçatuba
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