PM resgata criança mantida acorrentada em barril e prende três por tortura
Polícia
Caso ocorreu em Campinas; pai do menino, namorada e filha dela foram presos em flagrante
Da Redação 31/01/2021Uma criança de 11 anos foi resgatada em Campinas (a 415 km de Penápolis), no fim da tarde de sábado (30), após ser encontrada por policiais militares com as mãos e pés acorrentados dentro de um barril de ferro em uma casa no Jardim Itatiaia.
A corporação foi ao local após denúncia de vizinhos e três pessoas foram presas suspeitas pelo crime de tortura, entre elas, o pai do menino, a namorada dele e a filha desta mulher após registro do caso na 2ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), no Jardim Londres.
Segundo a PM, o menino era mantido em pé no espaço onde também fazia necessidades fisiológicas. O local era coberto por uma telha e havia uma pia de mármore por cima para impedir a saída dele. A corporação diz que foi acionada após moradores da região perceberam que o garoto havia deixado de ir para a escola e de brincar com outras crianças do bairro.
Os policiais contam que entraram na casa após autorização da jovem de 22 anos, que é filha da namorada do pai do menino. No local, diz a PM, o menino estava nu, debilitado e apresentava sinais de desnutrição. Os policiais usaram um corta-fios para remover as correntes e ele foi socorrido por uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ao Hospital Ouro Verde, onde permanecia internado até este domingo e sob a tutela de uma tia paterna.
A determinação foi feita pelo Conselho Tutelar da metrópole, também comunicado durante a ocorrência. “Eu só queria algo para comer”, diz o menino durante um vídeo gravado pela PM na ocorrência. Já o pai dele e a namorada, diz a corporação, foram presos em flagrante no momento em que voltaram de um supermercado para a residência.
SOFRIMENTO E CASTIGO
O pai da criança, um auxiliar de serviços de 31 anos, teria alegado que o menino “é agitado dentro de casa” e fez isso para educá-lo, segundo texto do boletim de ocorrência. O menino, diz a PM, ficava impossibilitado de sentar ou agachar e, com isso, também apresentava pernas inchadas.
A Polícia Civil considerou que o homem aplicou violência e grave ameaça que provocaram intenso sofrimento físico e mental; enquanto que a namorada dele, uma faxineira de 39 anos, e a filha dela, que atua como vendedora, se omitiram e nada fizeram para evitar os resultados.
O delegado de plantão determinou a prisão do pai da criança e, caso ele seja denunciado e condenado, pode receber pena mínima de prisão pelo crime que varia de dois a oito anos. Já a namorada e a filha dela, se responsabilizadas apenas pela omissão, podem receber pena de um a quatro anos de detenção. A polícia arbitrou fiança de R$ 5 mil para cada uma delas, mas não há informações sobre os pagamentos. (*) Com informações do G1 de Campinas
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