JOVEM PAN PENÁPOLIS

PM vista como heroína inspira a história de outra policial

Região

Professora e aluna se conheceram em 2005, em curso do Proerd; hoje são amigas e colegas de profissão

Regiane e Gabriela (dir.) se reencontraram dez anos depois, em 2015, no CPI-10 de Araçatuba

Regiane e Gabriela (dir.) se reencontraram dez anos depois, em 2015, no CPI-10 de Araçatuba. Foto: Divulgação

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Alguns ídolos e heróis de infância podem servir como referência positiva durante toda a nossa vida. De acordo com especialistas em educação e psicologia, mais do que ativar o imaginário e estimular a criatividade das crianças, a presença de personagens ou pessoas que sirvam como exemplo nos primeiros anos de existência ajuda na formação do caráter dos indivíduos, na construção de identidade, na compreensão de muitos aspectos da vida social e na diferenciação entre o bem e o mal.

Esse conteúdo teórico construído em mais de 100 anos de estudos do comportamento e das funções mentais do ser humano se confirma na prática em histórias como a da soldado Gabriela Ocanha, atualmente designada no CCO (Centro de Comando Operacional).

Em 2005, aos nove anos, Gabriela conheceu Regiane, se tornando aluna dela no Proerd (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência), curso desenvolvido pela PM em convênio com escolas públicas e particulares, quando cursava o 4º ano do ensino fundamental em Glicério.

A partir daí, a jovem a nomeou como sua super-heroína. A admiração pela primeira mulher policial que ela via de perto foi instantânea. “Até então, eu praticamente só conhecia policiais homens. Eu ficava alucinada com aquela mulher com a farda, saia e salto alto. Ela parecia gigante e queria ser igual a ela”, afirmou.

O fascínio pela professora policial cresceu ao longo do curso e, até hoje, a soldado reconhece a importância de Regiane na sequência de sua história. “Com certeza, ela fez a diferença para mim e muitas pessoas da minha turma. Naquela época, quando minha mãe reprovava alguma atitude minha, ela dizia que iria chamar a Regiane", revelou.

Outra herança significativa do Proerd para a jovem policial foi o prêmio de melhor redação ao final do curso. Ali também já se anunciava uma vocação que seria seguida no futuro, junto da carreira militar. Além de formada pela PM de São Paulo, Gabriela está finalizando o curso de Jornalismo.

Sobre sua formação na polícia, ela afirma que não tinha planejado um dia entrar para a instituição, mas reconhece que a referência de sua heroína pesou na decisão. “As coisas foram acontecendo e, quando surgiu à oportunidade, não tive dúvidas", ressaltou.


SUCESSO

Para a ex-professora do Proerd, o sucesso da antiga aluna não é uma surpresa. As duas se reencontraram inesperadamente dez anos depois, em 2015, no CPI-10 (Comando de Policiamento do Interior) em Araçatuba. Gabriela fazia o curso de formação de policiais, enquanto Regiane passava pelo EAP (Estágio de Atualização Profissional) realizado anualmente pela PM para todos os agentes de segurança.

“Fiquei extremamente emocionada. No começo não a reconheci, porque naquela época ela era uma criança, tinha carinha de bebê e hoje é uma mulher. Mas depois me lembrei dela e senti um orgulho imenso. A Gabriela é uma pessoa especial, tenho certeza de que ela terá um futuro maravilhoso”, destacou a cabo, que este ano completa 24 anos na Polícia Militar.

Por questões pessoais, Regiane teve que deixar de atuar nos cursos, mas guarda boas recordações desse período. “Fiz várias coisas na polícia, mas o trabalho no Proerd foi uma das mais estimulantes e gratificantes. Além da Gabriela, tive muitos alunos em cidades da região de Penápolis que hoje também são exemplos de cidadãos. Ali plantamos uma semente muito importante para as crianças”, reforçou.

Regiane também se emociona com o fato de ser considerada uma heroína e referência para seus ex-alunos. “Sou bastante discreta, não gosto muito de exposição, mas o sentimento de ser um exemplo positivo para essas pessoas é indescritível. Sou muito grata por ter tido a oportunidade de me aproximar de tantas crianças”, disse.

Agora amigas, Gabriela e Regiane mantêm contato permanente. Um novo encontro estava marcado para o Dia da Policial Feminina, celebrado em 12 de maio, mas foi adiado por conta da pandemia do coronavírus. Outra data será definida assim que terminar o período de isolamento social.

Enquanto isso, a policial que um dia desejou ser igual ao seu ídolo se prepara para seguir mais um exemplo da professora. Gabriela planeja dar aulas no Proerd e, em breve, também poderá se tornar a heroína de várias crianças. (*) Com informações da SSP-SP



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