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Polícia apreende mais de 200 mil arquivos em casa de técnico suspeito de chefiar quadrilha de pornografia infantil

Região

Homem foi encontrado em São José do Rio Preto (SP) durante a operação a Operação Black Dolphin. Ele pagou fiança arbitrada em R$ 5 mil e foi liberado

Homem preso durante a operação Black Dolphin em Rio Preto

Homem preso durante a operação Black Dolphin em Rio Preto. Foto: Arquivo pessoal

JOVEM PAN PENÁPOLIS

A Polícia Civil apreendeu mais de 200 mil arquivos contendo pornografia infantil na casa do técnico de informática, de 43 anos, que foi preso durante a Operação Black Dolphin, em São José do Rio Preto (SP), na manhã desta quarta-feira (25).

De acordo com Alexandre Del Nero Arid, Coordenador de Inteligência da Polícia Civil de Rio Preto, o homem é apontado como chefe de uma quadrilha especializada em pornografia e exploração infantil.

“Nós encontramos um vasto arcabouço de arquivos de pornografia infantil armazenados em máquinas, pen drives e cartões de memória”, afirmou Alexandre.

O técnico em informática foi preso no bairro Higienópolis. Ele prestou depoimento na Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), pagou fiança arbitrada em R$ 5 mil e foi liberado para responder em liberdade pelo crime.

A Operação Black Dolphin, que conta com o envolvimento de mais de mil policiais, é realizada em 85 cidades de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

Até o começo da tarde desta quarta-feira, 53 pessoas tinham sido presas em todo o país. Na região de Rio Preto, interior de São Paulo, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em Bálsamo, Monte Aprazível, Icém e Nova Granada (SP).

Outras duas pessoas foram presas em Rio Preto e Bálsamo. Todos os mandados foram expedidos pela Vara da Infância e Juventude. Os presos vão responder pelos crimes de armazenar, disponibilizar, produzir e vender material de pornografia infantil. As penas variam entre quatro e oito anos.

A ação é coordenada pelos policiais de Rio Preto. Ao todo, são 219 mandados de busca e apreensão, além de dois de prisão. O objetivo é localizar arquivos digitais compartilhados na chamada deep web, conhecida como internet invisível para atividades ilegais, como a exploração sexual infantil.


INVESTIGAÇÃO

Segundo a Polícia Civil, a investigação começou em 2018, ano em que os policiais descobriram um homem que pretendia vender a sobrinha para criminosos na Rússia.

O plano do suspeito era levar a criança para a Disney da Europa e entregá-la aos criminosos na Rússia, alegando que a menina teria desaparecido no parque.

A partir da descoberta, os policiais começaram a monitorar a deep web, se infiltrando em mais de 20 comunidades desse perfil, e descobriram uma rede de predadores sexuais, principalmente infanto-juvenis, que produzem, vendem e compram vídeos de crianças em situações de vulnerabilidade sexual.

“Começamos a monitorar alguns sujeitos em atividades suspeitas de transitar pela pornografia infantil. A partir daí, nós concentramos a investigação em uma determinada célula, que possuía um alvo principal", afirmou Alexandre Del Nero Arid, Coordenador de Inteligência da Polícia Civil de Rio Preto.

"Nós conseguimos identificá-lo e todos os alvos periféricos que com mantinham contato e trocavam, inclusive, material de pornografia infantil”, complementou.

Ainda de acordo com a polícia, foram encontradas mais de 10 mil contas de e-mails para esse tipo de crime e mais de cinco clouds (nuvens) exclusivas com imagens de abusos infantis. As nuvens estavam abrigadas em países do leste europeu.


NOME DA OPERAÇÃO

Segundo a polícia, o nome da operação foi escolhido em razão dos investigados afirmarem que as leis brasileiras “são ridículas” e que não haveria prisão, no Brasil, capaz de segurá-los. Somente a prisão Colônia 6 Russa, conhecida como Black Dolphin, seria capaz de detê-los.

A prisão, localizada na fronteira com o Cazaquistão, é conhecida por abrigar presos condenados à prisão perpétua e pelo rigor no tratamento dos detentos.(*) Por G1 Rio Preto e Araçatuba



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