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Polícia Civil faz reconstituição de feminicídio que vitimou faxineira

Polícia

Forte esquema de segurança foi montado durante os trabalhos, que duraram 30 minutos

Trabalhos aconteceram na frente da residência onde a vítima morava com os filhos

Trabalhos aconteceram na frente da residência onde a vítima morava com os filhos. Foto: Divulgação

JOVEM PAN PENÁPOLIS

A Polícia Civil realizou, na manhã de ontem (21), a reconstituição - reprodução simulada dos fatos - do feminicídio contra a faxineira Jaqueline Barboza de Oliveira, de 29 anos. O crime ocorreu no último dia 13 e chocou toda a cidade.

O autor é o ex-companheiro dela, de 34, que está preso temporariamente. Os trabalhos, que duraram 30 minutos, foram feitos na frente da residência onde a vítima foi morta, na avenida Domingos Vieira, no bairro Planalto.

Ela morava com os filhos, uma menina de nove anos e um menino, de cinco. Um forte esquema de segurança foi montado no local, contando com o apoio de investigadores da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), 1º DP (Distrito Policial), delegacia do município e cadeia, além da Polícia Militar.

A reconstituição foi acompanhada por peritos e pela delegada responsável pelas investigações, Maria Salete Cavestré Tondatto. Durante os trabalhos, o frentista confirmou tudo o que havia dito anteriormente em depoimento.

Agora, a polícia aguarda os laudos da reconstituição e do IML (Instituto Médico Legal) para a conclusão do inquérito. O acusado deu detalhes do como ocorreu o crime e disse que ficou descontrolado após a jovem recusar marcar um encontro com ele.


RELACIONAMENTO

O autor tinha esperanças de reatar o relacionamento, já que permaneceram juntos por oito anos, onde tiveram um menino e estavam separados há aproximadamente dois meses. Neste período em que não estavam mais juntos, ambos se encontraram três vezes, ocorrendo relações sexuais.

Ele, que trabalhava como frentista, contou que, em julho, ocorreu a separação e a vítima, que era faxineira, foi morar com o menino e uma garota, fruto de um relacionamento anterior. Mesmo assim, ambos ainda mantinham conversas.

Na tarde de domingo, o acusado foi até a casa do pai de Jaqueline, onde ela estava com os filhos, para buscar a criança. Como era preciso pegar algumas roupas, a vítima foi de carona com um tio até a casa dela. O frentista seguiu logo atrás em um VW Gol.

Chegando ao imóvel, por volta das 21h, a vítima foi lavar o quintal que o cachorro havia sujado, quando o acusado novamente falou em reconciliação e pediu para marcar um dia para ficarem juntos. Diante da recusa de Jaqueline, ele teve um surto e tentou colocar a ex-companheira dentro do automóvel.

Ela resistiu e teria arranhado o braço dele. Com isso, o frentista pegou uma faca que estava no carro e passou a esfaquear a vítima. Ferida principalmente na região do peito, ela caiu no chão, próximo à porta do veículo. Nisso, o acusado pegou o filho e fugiu do local. Ele ainda tentou colocar a enteada no Gol, mas a menina conseguiu correr.

Ainda conforme o relato do autor, após sair do imóvel, ele foi até um posto, abasteceu o carro e fugiu sem rumo. Na vicinal Francisco Salla, próximo de uma olaria, jogou a faca usada no crime, que foi encontrada e apreendida pela polícia.


VOTUPORANGA

Na sequência, seguiu até Votuporanga (a 130 km) onde deixou o veículo na garagem de um conhecido. Na oportunidade, ele contou que havia feito e pediu ajuda, ligando em seguida para uma irmã, que foi até o município buscá-lo, deixando-o em Birigui.

Por volta das 6h30 de segunda (14), após convencimento dos familiares, o frentista se apresentou na sede da Polícia Militar. De lá, foi levado até a DDM em Penápolis, onde prestou depoimento.

Ele relatou que teve medo de vir direto devido a ameaças de morte que teria recebido e que estava arrependido, principalmente por ter atacado a ex-companheira na frente das crianças. O menino e a garota foram entregues a familiares.

Conforme o boletim de ocorrência, os PMs foram ao local após denúncia. Policiais civis também foram lá, tendo a vítima sido levada pelo Resgate do Corpo de Bombeiros ao pronto-socorro. Uma vizinha contou que ouviu gritos da vítima pedindo socorro, mas ficou com medo.

Um investigador foi até o PS na tentativa de falar com Jaqueline, mas a médica plantonista informou que ela não tinha resistido e vindo a óbito. A enteada do autor foi levada ao plantão policial. Acompanhada de dois conselheiros tutelares e do pai, a menina contou que a mãe tinha sido atacada pelo padrasto. Ela tinha arranhões no pescoço e, questionada, disse que tinha se autolesionado de nervoso.



JOVEM PAN PENÁPOLIS

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