Polícia Civil prende em Birigui, mulher suspeita de auxiliar em abortos
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Estava com uma cartela de medicamento abortivo e tinha fotos de fetos e conversas sobre abortos no celular dela
Da Redação 04/03/2025A Polícia Civil prendeu no início da noite de segunda-feira (3), em Birigui (SP), uma mulher de 42 anos, que se apresentou como auxiliar de cozinha, suspeita de comercializar medicamentos abortivos, o que é proibido pela legislação, e de auxiliar na realização de abortos. Com ela foi apreendida uma cartela de Cytotec, medicamento que tem a comercialização da distribuição, divulgação e comercialização do produto proibidos no Brasil.
O flagrante foi feito por equipe chefiada pelo delegado Rodolfo Freschi Bertolo, que ainda pela manhã estava de plantão em Birigui, quando a delegacia recebeu denúncia anônima por telefone, de uma pessoa informando que uma mulher viajaria de São Paulo para Araçatuba, com grande quantidade do medicamento abortivo.
O denunciante detalhou os horários e as roupas que seriam usadas pela investigada, sendo constatado que ela desembarcaria em Araçatuba. Durante o dia, essa pessoa permaneceu em contato com a polícia e às 17h40, relatou que ela já estaria na rodoviária de Birigui.
VÁRIAS VERSÕES
A equipe de investigação foi até o terminal rodoviário e confirmou que havia uma mulher com as mesmas características e também vestindo as roupas descritas pelo denunciante. Ao ser abordada, inicialmente ele relatou que havia acabado de chegar de São Paulo para visitar parentes.
Entretanto, em seguida, alegou que teria viajado para Birigui apenas para dar uma volta e já retornaria para São Paulo, no ônibus das 21h30. Ela resistiu em entregar a bolsa que trazia consigo, mas ao ser vistoriada, foi encontrada uma sacola com uma cartela de Cytotec, dentro de uma embalagem do tipo zip lock.
Após a localização do medicamento, a investigada alegou que seria remédio para pressão arterial. Ela foi apresentada no plantão policial e teve apreendidos, dois celulares que estavam nela. Segundo a polícia, durante a ocorrência, esses aparelhos recebiam ligações constantes.
ABORTOS
A investigada concordou em fornecer as senhas dos aparelhos e, em breve análise, os policiais encontraram conversas, áudios e fotos sobre a comercialização do medicamento abortivo. Além disso, haveria conversar relativas a auxílio em atos para realizar o aborto, inclusive com fotos de fetos abortados.
Apesar do flagrante, a investigada continuou negando, alegando que teria comprado o medicamento proibido por suspeita de gravidez. Disse ainda que pretendia fazer uso da substância, mas como menstruou recentemente, decidiu vendê-la.
PRESA
O delegado que presidiu a ocorrência decidiu pela prisão em flagrante da investigada, considerando que há indícios do crime previsto no artigo 273 do Código Penal: “falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais” , na modalidade ter em depósito para a venda. A pena, em caso de condenação, é superior à do tráfico de drogas, variando de 10 a 15 anos de prisão.
Não foi arbitrada fiança na fase policial, levando em consideração ainda que trata-se de um crime hediondo, e a investigada permaneceu à disposição da Justiça para ser apresentada em audiência de custódia. Foi representada pela decretação da prisão preventiva da investigada. Um inquérito será instaurado e a polícia irá apurar se há outras pessoas envolvidas no crime. (*) Agência Trio Notícias
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