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Polícia dá detalhes de morte de advogado e desdobramento das investigações

Polícia

Delegados deram entrevista coletiva na manhã de hoje (17), na sede da CPJ em Araçatuba

Delegados Paulo Natal (centro), Rodolfo Carlos (esq.) e Pedro Paulo Negri durante entrevista coletiva

Delegados Paulo Natal (centro), Rodolfo Carlos (esq.) e Pedro Paulo Negri durante entrevista coletiva. Foto: Regional Press/Colaboração

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Apesar das investigações referentes ao assassinato do advogado e músico Ronaldo César Capelari, de 53 anos, ocorrido na noite de segunda-feira (13), em Araçatuba, não terem sido concluídas, a Polícia Civil já trata o caso como latrocínio – roubo seguido de morte – e ocultação de cadáver.

A conclusão, de acordo com o delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Paulo Natal, depende ainda dos laudos do IC (Instituto de Criminalística) e resultados de DNA. Acompanhado dos delegados Rodolfo Carlos de Oliveira e Pedro Paulo Negri, ele concedeu uma entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira (17), na sede da CPJ (Central de Polícia Judiciária).

Na oportunidade, Natal falou sobre o desdobramento das investigações e a revogação da prisão de três rapazes que tinham sido detidos com base em falso depoimento da jovem de 20 anos. Conforme o delegado, ela fez isso para acobertar a participação do namorado, de 21, no crime. Ele foi preso na noite de ontem (16).


VERSÃO OFICIAL

Até o momento, os trabalhos apontam que como os principais autores o casal. A versão oficial apresentada pela polícia revela que Capelari passou por sofrimento intenso e foi atacado por marteladas e facadas, chegando a ficar gemendo e agonizando antes de morrer.

O delegado relatou que, após a série de interrogatórios, a linha de investigação é de que apenas o casal participou da ação. No entanto, por enquanto não está descartada a hipótese de que outras pessoas possam ter contribuído com o crime, o que depende de resultados dos laudos.

Para Natal, o advogado foi atraído até a casa pela jovem, a qual ele conhecia há quatro meses. Ela o chamou para ir até o local, que fica no bairro Água Branca. O advogado pensava que apenas a jovem estivesse ali, no entanto, o namorado dela já o aguardava no interior da casa.

Segundo a moça, ela havia combinado com o rapaz de assaltar Capelari. Assim que entrou na edícula, a vítima teve uma reação surpresa ao ver o namorado dela na residência. Rapidamente, o jovem deu uma martelada na cabeça do advogado, que perdeu os sentidos.

Ao retomá-los, tentou reagir e foi novamente golpeado com um golpe de martelo na cabeça. Ele caiu e começou a gemer e se debater no chão. O rapaz colocou um capuz na cabeça de Capelari e prendeu com fita isolante, golpeando-o com facadas nas costas e pescoço.

O intervalo de tempo entre a chegada dele na casa, até a morte, foi de uma hora e meia. A garota alegou que o combinado era apenas assaltar e não matar a vítima. No entanto, quando os dois perceberam que o advogado estava bastante ferido, decidiram assassiná-lo. O casal roubou o celular e R$ 200, que foram recuperadas dentro do guarda-roupas na casa do jovem.


ESQUARTEJAMENTO

Com a vítima já sem vida, o rapaz tentou colocar o corpo na caçamba da caminhonete para tirar do local. No entanto, não teve força física para carregá-lo. Ele chegou a pegar um pedaço de madeirite, que servia como base para um espelho da cabeceira de uma cama de casal para fazer uma rampa e tentar arrastá-lo, puxando por uma corda amarrada ao pescoço, mas a tentativa não deu certo.

A partir deste momento, o jovem teve a ideia de esquartejar o corpo e levar em partes, porque aí seria possível carregar sem depender da caminhonete da vítima. O crime foi na noite de segunda-feira (13) e, na madrugada de terça (14), ele decidiu “desovar” o veículo.

O rapaz contou que foi sozinho com a S-10 até a estrada de terra, que fica na divisa entre Araçatuba e Birigui, abandou a caminhonete e voltou a pé. Após isso, ele providenciou luvas cirúrgicas, sacos plásticos, facas e uma serra do pai dele para esquartejar a vítima.

A polícia apurou que foi o rapaz quem cortou o corpo do advogado. A namorada acompanhou a ação auxiliando-o, passando as ferramentas. O trabalho durou cerca de uma hora e meia. O casal decidiu dar fim primeiramente ao celular e as mãos da vítima, jogando-os no ribeirão Baguaçu, para que a correnteza levasse embora.

Eles iam “desovar” o corpo ainda na noite de terça, mas a Polícia Militar chegou antes no imóvel, após denúncia anônima, e encontrou as partes dos restos mortais em três sacos plásticos no banheiro do imóvel.


FALSA ACUSAÇÃO

Natal ressaltou que a própria moça confessou ter acusado injustamente os três rapazes presos incialmente para poder desviar o foco das atenções sobre seu namorado. Ela disse que conhecia um dos rapazes e, como ele havia passado recentemente pelo imóvel, foi o primeiro nome que veio à mente ao ser questionada sobre ajuda de comparsas. A garota ainda citou os outros dois, que afirma não conhecer, mas que sempre estão com o primeiro que ela havia acusado. Eles foram liberados na noite de ontem (16), pela Justiça.


FRIEZA

O delegado reforçou em entrevista coletiva que ambos apresentaram muita frieza ao contar os detalhes de como tudo aconteceu. Apenas a garota, em um único momento, demonstrou arrependimento, mas não teria sido pela morte do advogado, mas sim por ter acusado os três rapazes.

Funcionários da delegacia disseram que ela conversou e, por várias vezes deu risadas durante o período em que ficou detida na carceragem da CPJ, como se nada tivesse acontecido. Natal revelou que, em mais de 20 anos de polícia, nunca tinha visto um crime tão bárbaro como este.

Ele reforçou que os laudos poderão indicar se havia possibilidade de ter mais pessoas na cena do crime. As investigações continuam e apesar de já ter esta linha de trabalho, por enquanto, nada está descartado. A jovem foi transferida na manhã de hoje para Dracena e o namorado para Pereira Barreto. (*) Com informações do site Regional Press



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