Polícia procura donos de empresa de Rio Preto envolvida em esquema de exportação ilegal de ouro da Amazônia
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Armas e munições foram encontradas dentro de um cofre em uma fábrica de joias de São José do Rio Preto (SP)
Da Redação 16/08/2021A Polícia Federal tenta localizar os responsáveis por uma empresa de São José do Rio Preto (SP) envolvida em um esquema milionário de exportação de ouro da Floresta Amazônica. O caso ganhou destaque em uma reportagem especial exibida no Fantástico, no domingo (15).
A empresa passou a ser investigada depois que um mandado de busca e apreensão foi cumprido, e a PF localizou armas e munições dentro de um cofre da Itagold, no dia 27 de julho.
Segundo a PF, esta foi a maior apreensão de munições registrada em cidade do interior do país. Contudo, até então, ninguém se apresentou como responsável pelos objetos apreendidos.
A PF constatou durante as investigações que o ouro extraído ilegalmente do Amazonas era processado em Rio Preto.
A polícia afirma que só a empresa Itagold processou, ou seja, transformou em barras, mais de 200 kg de ouro para a quadrilha em menos de um ano, com valor de R$ 60 milhões.
Em seguida, o metal era encaminhado ao aeroporto de Guarulhos com notas frias de empresas do Paraguai, com destino à Itália.
A investigação no Rio de Janeiro revelou que a organização criminosa contava com a ajuda de dois policiais federais, sendo um delegado e um agente da Interpol.
As investigações da polícia em Rio Preto indicaram que o dono da Itagold é um homem de 87 anos, morador do interior de São Paulo, que vive com um salário mínimo. Contudo, ele afirmou que desconhece a empresa e vai prestar depoimento.
A Polícia Federal tenta identificar outros suspeitos e segue investigando o caso.
OPERAÇÃO RUTA 79
Comandada pela Polícia Federal do Rio de Janeiro, a “Operação Ruta 79” cumpriu mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão em Rio de Janeiro, Angra dos Reis, São Paulo, Rio Preto, Piracicaba, Mirassol e Belo Horizonte.
De acordo com a investigação, pessoas conhecidas como "mulas" transportavam o ouro até a Itália com documentação falsa de empresas fictícias. Elas também traziam ao Brasil, clandestinamente, joias adquiridas na Ásia e nos Estados Unidos.
Os policiais estimam que, entre 2017 e 2019, a quadrilha alvo da ação tenha contrabandeado mais de uma tonelada de ouro para a Itália. Durante as investigações, foram apreendidos quase 18 quilos de ouro e joias avaliadas em US$ 1 milhão.
A operação foi batizada como Ruta 79. Ruta, em italiano, significa rota. O número 79 faz referência à posição do elemento químico na tabela periódica. (*) Por G1 Rio Preto e Araçatuba
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