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População protesta contra “homenagem” às vítimas da Covid-19 em manifestação contra Bolsonaro em Penápolis

Cidade

Mais de 200 pequenas cruzes de madeira causaram toda polêmica

Colocação de cruzes na praça causou grande divergência de opiniões

Colocação de cruzes na praça causou grande divergência de opiniões. Foto: Divulgação

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Acabou em repulsa coletiva uma “homenagem” que manifestantes ao governo do presidente Jair Bolsonaro fizeram em Penápolis na manhã de sábado (3). Ao final da passeata, eles colocaram mais de 200 cruzes no gramado da praça Dr. Carlos Sampaio Filho, um dos cartões postais da cidade, no Centro.

Cada cruz representava, segundo os organizadores, uma das mortes pela Covid-19 no município desde o início da pandemia. Não somente estas, mas também as mais de 520 mil vítimas em todo o Brasil. Se o motivo era “chocar”, então conseguiram.

Participaram da passeata o ex-prefeito João Luís dos Santos, a vereadora e presidente do diretório municipal do PT, Jandinéia Fernandes, a coordenadora da Subsede da Apeoesp (Sindicato dos Professores) Tereza Cristina Moreira, o assessor parlamentar e suplente de vereador Eduardo Cunha, entre outros.

A intenção, segundo consta, era prestar uma homenagem movida pela dor; homenagem e solidariedade. Protestos semelhantes ocorreram em algumas cidades da região. Concomitantemente, um desagravo ao atual presidente do Brasil pelas suas declarações e insensibilidade ao combate ao novo coronavírus.

E, ainda, pelo fato que está sendo demonstrado por meio de uma CPI no Senado, que o Governo Federal não comprou vacinas na hora que podia e devia. Isso teria levado ao aumento enorme de mortes. Como o ato foi transmito ao vivo em redes sociais pessoais por alguns dos participantes, ainda neste momento já começaram as opiniões contrárias nos comentários.

Após os manifestantes deixarem a praça com as cruzes lá cravadas foi a vez dos protestos ganharem as mesmas redes sociais.  Entre os argumentos, uma depredação ao patrimônio público.

Ainda durante a noite de sábado, mesmo diante dos comentários negativos e cobranças em vão para que quem tinha deixado as cruzes na praça fosse lá retirá-las, pessoas que não se sentiram representadas ou que a homenagem teria sido imprópria para o local, acabaram retirando por conta própria as pequenas cruzes feitas em madeira. Não se sabe o fim dado às mesmas.

Entre tantas opiniões, uma que retratou a insatisfação pela forma como optaram pela homenagem aos mortes da Covid-19 e que foi uma das mais comentadas, diz que “estamos vivendo tempos tão difíceis, tão pesados e escuro, que não consigo entender uma manifestação levar a uma praça pública onde crianças brincam mais escuridão, não sou contra manifestação, acho que todos temos que lutar pelo que achamos certo e justo, mas, vocês foram infelizes, vocês poderiam ter plantado uma árvore em homenagem a cada vítima dessa doença. Tenho certeza que além de fazer o bem, conseguiriam mais apoio da população. Repensem...”

Diante da repercussão e da retirada sem o consentimento ou ação dos organizadores do ato, muitos penapolenses utilizaram as redes sociais com as considerações quanto ao episódio que mais causou indignação do que aplauso. Porém, os organizadores do ato também voltaram às redes sociais para defenderem o ato que consideraram pacífico, legítimo e democrático.

Numa das postagens, como que sendo uma manifestação oficial, uma vez que alguns militantes dos grupos contrários ao atual presidente passaram a utilizar as mesmas frases e argumentos, foi confrontada a ação de manifestação pacífica contra aqueles que defendem o negacionismo que teria, segundo eles, levado à morte de milhares de brasileiros.

“Quando cruzes incomodam mais que as mortes, sabemos que tem algo de errado com a sociedade! Se incomodam com as cruzes, mas não param de aglomerar, de ir a festas! Então não adianta se revoltar com essa manifestação. Não adianta ir lá com todo ódio e arrancar essa homenagem silenciosa a vítimas de uma doença evitável! Cadê as vacinas? Querendo cobrar 1 dólar de propina por dose? Quantas dessas cruzes teriam sido evitadas se já estivessem todos vacinados?”, foi a principal delas já na tarde de domingo (4).


PROTESTOS

Todas as 27 capitais e cidades da região registraram a ocorrência de protestos pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro, e por vacinação para todos. Foi o terceiro ato em 35 dias pelo impeachment do presidente. Em âmbito local a passeata foi organizada pelos militantes dos partidos políticos do PT, PSOL e PCdoB, todos de esquerda.

As revelações de supostas irregularidades ganharam destaque na pauta dos atos, com faixas, cartazes e camisetas afirmando “Bolsonaro corrupto” e “Genocida”. Durante a passeata pacífica foram ditas frases de ordem como “Fora, Bolsonaro” e “Bolsonaro vai cair”.

Foi a primeira mobilização desde que um superpedido de impeachment foi protocolado na Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (30), e após novas denúncias de corrupção na compra de vacinas contra a Covid-19 pressionarem o governo federal.



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