Prefeitura decide manter, ao menos por 15 dias, Hospital de Campanha
Saúde
Caíque Rossi, em coletiva de imprensa, explicou como será a transição para a Santa Casa
Gilson Ramos e Ivan Ambrósio 23/01/2021Após forte repercussão, clamor da sociedade e intervenção da Câmara de Vereadores diante de incertezas, inseguranças e ansiedades, a administração do prefeito Caíque Rossi (PSD) vai assegurar, ao menos por 15 dias, incialmente, a continuidade do Hospital de Campanha.
No entanto, as novas internações de pacientes com a suspeita ou positivados para a Covid-19, o novo coronavírus, ficarão restritas aos moradores da cidade e comarca. Para a região, como vinha sendo feito, o atendimento se limitará a casos extremante necessários, não havendo vagas disponíveis nas cidades de origem ou em outros hospitais de referência.
Os departamentos jurídico e administrativo da Prefeitura e AHBB (Associação Hospitalar Beneficente do Brasil), que gerencia a unidade, o pronto-socorro e a Santa Casa, estão em reuniões para definir as questões legais para a manutenção e custeio do Centro de Covid, além de cuidarem das tratativas quanto a transição desejada pelo Executivo, de forma que não coloque em risco a vida dos pacientes que recebem atendimento.
COLETIVA
Na tarde de ontem (22), em entrevista coletiva convocada, o prefeito explicou que a medida visa manter o melhor atendimento na saúde e, após análise dos contratos, viram que, para atender de forma mais eficiente. “Penápolis já gastou R$ 10,3 milhões para o funcionamento do Hospital de Campanha. Nos três meses finais de 2020, o governo estadual repassou R$ 480 mil, porém, a Prefeitura foi quem custeou os demais períodos para atender as 17 cidades da região”, disse.
Ele analisou que, hoje, o Centro de Covid gera um gasto de R$ 878 mil mensais. “Com a transição para a Santa Casa, priorizaremos o atendimento aos moradores de Penápolis e da microrregião. Além disso, o local é o mais adequado e, conforme apuramos, já havia anteriormente um plano de contingenciamento para, aos poucos, haver essa transição”, revelou.
Caíque frisou que cada paciente internado, principalmente nos leitos de UTI (Unidades de Terapias Intensivas) do Hospital de Campanha, serão analisados para avaliar a possibilidade de transferência. “Não havendo isso, ele permanecerá na unidade até receber alta”, destacou. Durante estes 15 dias de contrato prorrogado, a Prefeitura iniciará a remoção dos leitos e equipamentos para a Santa Casa. Caso alguém do município ou comarca precise de internação, o quadro de saúde será avaliado.
“Caso precise ser encaminhado para a UTI, durante este período de transição, ele será encaminhado para o Hospital de Campanha. Na Santa Casa, já há alas preparadas para receber os equipamentos e aparelhos necessários. Além disso, com essa medida, revindicaremos ao governo estadual a reclassificação para o nível 2, podendo assim receber novos repasses que ajudarão no custeio do hospital”, ressaltou. Ele ainda observou que, em conjunto com sua equipe de governo, buscará mecanismos para obter novos recursos. “Vamos nos reunir até com os prefeitos da microrregião para ver a possibilidade deles ajudarem. O mais importante é de tranquilizar a toda população que ninguém ficará sem atendimento médico”, finalizou.
DIÁLOGO
Com a necessidade urgente de se ter responsabilidade da parte do poder público quanto a montagem da estrutura na Santa Casa para poder abrigar leitos de enfermaria e de UTI com a desativação do Hospital de Campanha, a Câmara, por intermédio de sua presidente, Letícia Sader (MDB), promoveu uma reunião para diálogo e entendimento.
Esse encontro ocorreu no final da tarde de quinta-feira (21) e entrou à noite, reunindo, além de 11 dos 13 parlamentares, membros da administração municipal, Santa Casa, Irmandade e AHBB. Esse papel do Legislativo resultou em novos esclarecimentos, entendimentos e para resolver conflitos políticos nesse processo de mediação, até então existente entre o governo municipal e a OS.
DECRETO
A administração publicou, em edição extra no Diário Oficial eletrônico na terça-feira (19), decreto suspendendo a internação de novos pacientes da Covid-19 naquele espaço. Um dos artigos do documento, assinado pelo prefeito Caíque Rossi (PSO) e pelo secretário municipal de Saúde, Luiz Washington Bozzo Nascimento Filho, determina “notificar os órgãos e instituições explicitando que a partir da presente data não se interna pacientes no Hospital Campanha - Covid-19, mas sim na Irmandade da Santa Casa, junto aos leitos disponibilizados”.
As notificações da decisão administrativa foram para a Irmandade do hospital; DRS-2 (Departamento Regional de Saúde), em Araçatuba; CRS (Coordenadorias Regionais de Saúde); Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde); Cremes (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo); AHBB (Associação Hospitalar Beneficente do Brasil); MP (Ministério Público) de São Paulo; MPF (Ministério Público Federal); Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Vigilância Sanitária.
Para o decreto, é considerada a decisão da reunião realizada na segunda-feira (18), tendo como participantes os representantes da AHBB e a administração e da necessidade de acolhimento dos pacientes acometidos pela Covid-19 no município e comarca, além da necessidade de se estabelecer parâmetros e procedimentos necessários para preservação da vida e segurança da população de Penápolis e região.
O mesmo documento institui a comissão técnica de transição para o plano de contingenciamento da Irmandade da Santa Casa para o acolhimento dos pacientes acometidos com o coronavírus. São 14 os membros, mas esse decreto deverá ser alterado diante do que se tratou pela continuidade das atividades por mais um tempo, além de acrescer na sua composição profissionais intensivistas que orientarão quanto as questões técnicas para a montagem da nova estrutura de UTI na Santa Casa.
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