Quantia depositada pela Prefeitura é insuficiente para pagar ex-funcionários, diz AHBB
Saúde
Executivo depositou R$ 139 mil; valor total das verbas é de R$ 665.066,52
Ivan Ambrósio 24/02/2021A AHBB (Associação Hospitalar Beneficente do Brasil) informou, por meio de nota divulgada pela assessoria de imprensa na tarde de ontem (23), que a quantia depositada em juízo na sexta-feira (19) pela Prefeitura de Penápolis será insuficiente para fazer o pagamento dos ex-funcionários do Hospital de Campanha.
Segundo a OS (Organização Social), o valor de R$ 139.392,36 foi baseado no fechamento de novembro, porém, a quantia não corresponde à realidade do que é devido, tanto no que diz respeito aos salários, como benefícios e verbas rescisórias.
“O valor de fechamento, enviado com toda a documentação requisitada pelo Executivo, em relação à quitação total das verbas para pagamento de todos os direitos dos funcionários é de R$ 665.066,52”, destacou. Apesar disso, a associação reforça que a liberação dos valores, mesmo que em parte dependa do despacho emergencial com o juiz responsável, tem sido prioridade.
DOCUMENTOS
A diretoria ainda explicou que, desde janeiro, não se eximiu de apresentar documentos, comprovar ações, esclarecer fatos e defender os direitos dos “heróis da saúde” que enfrentaram conosco por quase nove meses de funcionamento do hospital.
“Desde o primeiro paciente atendido em 24 de maio de 2020, tivemos muitos desafios frente ao enfrentamento ao coronavírus. Em nenhum momento atrasamos pagamentos ou deixamos de suportar nossas obrigações profissionais e financeiras com nossos funcionários, com os prestadores de serviço e fornecedores e tampouco faltamos com o compromisso em prestar contas e cumprir nosso contrato com o município até a presente data”, ressaltou.
A associação frisa que, com o início da nova gestão frente à Prefeitura, houveram questionamentos, em sua maioria infundados e já dirimidos sobre a gestão. “Fizemos diversas tentativas de esclarecer todos os apontamentos, reapresentando e elaborando novos documentos solicitados, sanamos todas as dúvidas sobre o nosso plano de trabalho e estivemos presentes em todas as reuniões convocadas pelo Executivo”, completou.
Por fim, a AHBB garante que está à disposição de todos os funcionários, da Prefeitura e da população para explicar as questões envolvendo o assunto. “Atualmente, gerimos 15 outras unidades de saúde, de média e alta complexidade, quase 500 leitos e mais de 1,3 mil colaboradores com total aval dos governos dos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e seus respectivos órgãos e secretarias de saúde. Por tais números, nos sentimos totalmente capacitados e confiantes quanto a probidade da nossa gestão, reforçando nosso respeito por nossos colaboradores”, finaliza.
DEPÓSITO
Em vídeo publicado nas redes sociais na sexta, o prefeito Caíque Rossi anunciou o depósito em juízo. O Hospital de Campanha entrou em funcionamento em 22 de maio do ano passado e foi implantado em uma parceria entre a Prefeitura, AHBB (Associação Hospitalar Beneficente do Brasil) e governo estadual.
Ela contava com dez leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), equipados com cama, respirador e demais aparelhos e 20 de enfermaria. A unidade deixou de funcionar desde o dia 5, depois de quase nove meses de atuação a pacientes com suspeita ou positivados para a Covid-19, o novo coronavírus.
Desde então, a Santa Casa se tornou o local para receber pessoas que apresentem sintomas da doença. Inicialmente, o atendimento será apenas para moradores da cidade e da comarca - Alto Alegre, Avanhandava, Barbosa, Braúna, Glicério e Luiziânia – que estejam com suspeita ou positivos com a doença. Para a região, se limitará a casos extremante necessários, não havendo vagas disponíveis nos municípios de origem ou em outros hospitais de referência.
Na semana passada, um grupo de pessoas esteve conversando com o chefe do Executivo sobre o assunto. Cerca de 20 ex-funcionários foram recebidos na Sala Pedagógica do Paço. A reportagem enviou e-mail para a Prefeitura comentar o assunto, entretanto, até o fechamento desta edição, não houve resposta.
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