JOVEM PAN PENÁPOLIS

Queimadas causam 30 interrupções de energia entre junho e agosto

Região

Levantamento mostra que incêndios geraram quedas em Araçatuba, Alto Alegre e Penápolis

Quando a queimada é ilegal, o fornecimento fica prejudicado, causando transtornos

Quando a queimada é ilegal, o fornecimento fica prejudicado, causando transtornos. Foto: Divulgação

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Além de todos os danos ambientais que as queimadas causam nos últimos meses, essa prática também traz transtornos para o fornecimento de energia em diversos municípios atendidos pela CPFL Paulista. Levantamento feito pela concessionária mostra que em 64% dos municípios da sua área de atuação – 151 - tiveram interrupções causadas por fogo. Os registros chegam a 948 casos entre junho e agosto de 2020.

Três cidades registraram interrupções no fornecimento durante este período. Araçatuba lidera o ranking com 19 ocorrências, seguido por Penápolis, com 8 e Alto Alegre (3), totalizando 30. Na região de Araçatuba e São José do Rio Preto, foram contabilizadas 112, cerca de 9 por semana. Das 49 cidades atendidas pela companhia, 23 tiveram clientes afetados pelos efeitos das queimadas na rede de transmissão e distribuição de energia.

“É importante a conscientização de todos, pois os incêndios são, muitas vezes, causados pelo uso do fogo como método de poda de algumas plantações. O impacto é maior ainda quando acontecem sob as linhas de transmissão, responsáveis pelo abastecimento de regiões inteiras”, alerta o gerente de operações de campo da CPFL Paulista, Rodrigo de Vasconcelos Bianchi.


TRANSTORNOS

Quando uma queimada é realizada sem a autorização dos órgãos ambientais competentes e de forma irresponsável, o fogo muitas vezes sai do controle e atinge áreas habitadas, de preservação e redes de transmissão e distribuição de energia. Nesses casos, o fornecimento fica prejudicado, causando transtornos.

Nessas situações, o trabalho das equipes de manutenção da companhia fica dificultado por conta das chamas, que precisa ser combatido pelos bombeiros para que os trabalhos possam ser iniciados. Dependendo da queimada, esse combate pode levar horas, elevando ainda mais o tempo que a população fica sem energia e os eletricistas sem poder reparar a rede por motivos de segurança.

A CPFL sempre age rapidamente realizando manobras em sua rede de distribuição, de forma a deixar a menor quantidade possível de unidades consumidoras afetadas. No entanto, quando as queimadas afetam áreas rurais, por exemplo, centenas de metros de rede precisam ser reconstruídos, com a substituição de postes, cabos e outros equipamentos danificados pelo fogo.

Um trabalho complexo, que demanda acesso a lugares e terrenos não convencionais, maquinário pesado e colaboradores atuando em mais turnos para que a conclusão aconteça o quanto antes. Por isso, a companhia realiza, por meio da campanha Guardião da Vida, a conscientização dos perigos de se realizar queimadas sem autorização ou de forma irresponsável, sem os devidos cuidados de segurança, principalmente em relação à rede elétrica. Também é importante que sempre que uma queimada for avistada, o Corpo de Bombeiros seja acionado para que sejam tomadas as providências de combate ao fogo o mais rápido possível.


LEI

Proibidas em algumas áreas municipais, as queimadas são autorizadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) sob critérios técnicos que impedem a propagação do fogo além dos limites estabelecidos. O órgão também distribui material educativo onde a prática é usual. Em situações especiais, o instituto pode proibir a queimada, o que não impede que ela ocorra de forma ilegal, provocando incêndios florestais.

Como forma de prevenir tais situações, conforme os decretos federais 24.643/34, 35.851/54, 41.019/57 e 84.398/80, uma das medidas que devem ser respeitadas pelos produtores no cultivo é o respeito às faixas de servidão, que são os corredores de 30 ou 40 metros de largura localizados embaixo das linhas de transmissão, nos quais não é permitido o plantio.
Já o decreto estadual 45.869/2001 regulamenta a queima controlada como fator de produção e manejo em atividades agrícolas, proibindo queimadas próximas a instalações elétricas e de telecomunicações. Soltar ou fabricar balões é considerado crime ambiental pela lei federal 9605/98, cuja pena vai de um a três anos de detenção, além de multa.


Confira algumas dicas para o convívio adequado entre rede elétrica e queimadas:


-- Não realize queimadas em áreas próximas às redes elétricas;

-- Faça “aceiros” para controlar o fogo;

-- Respeite a “faixa de servidão” ao realizar o plantio;

-- Não solte balões. Além de ser proibido por lei, o balão provoca incêndios;

-- Não jogue pontas de cigarro acesas nas matas ou em acostamentos das rodovias. Muitos incêndios surgem desse ato;

-- Ao identificar um foco de incêndio, avise a Guarda Florestal e o Corpo de Bombeiros. Se for às margens de uma rodovia, ou próximo de uma rede elétrica avise também a concessionária ou órgão estadual responsável;

-- O arco elétrico, também conhecido como arco voltaico, é uma grande quantidade de carga elétrica movimentando através do ar com alta velocidade (cerca de 100m/s) e elevadas temperaturas. Os arcos podem causar destruição dos equipamentos (chave, painéis, barramentos, condutores etc.) e ainda causar graves lesões físicas em pessoas que ficarem próximas.


Fonte: CPFL Paulista



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