Rádio Difusora completa 70 anos
Cidade
Pelo dia de fundação, emissora ainda é conhecida como a ‘Namoradinha da Cidade'
Carlos Netto 13/06/2020A Rádio Difusora de Penápolis, em FM 88,3 Khz, completou 70 anos de fundação ontem (12), aniversário comemorado no Dia dos Namorados, razão pela qual é carinhosamente chamada de "A Namoradinha da Cidade".
Fundada em 12 de junho de 1950, chega sendo uma marca no rádio regional. Desde os primórdios, vem conquistando o público penapolense e regional, que acompanha os programas e histórias contadas pelos locutores que passaram por seus microfones durante o período.
Embora não tenha realizado uma festa para comemorar a data, a emissora levou ao ar ontem, várias mensagens de ouvintes, antigos locutores, entre outros que lembravam o quanto a emissora foi importante em suas vidas.
Durante a manhã, Luciano Silva ouviu Célio de Oliveira, ex-funcionário da emissora e hoje prefeito de Penápolis. Ele se lembrou de alguns fatos que marcaram sua trajetória. “A nossa proposta era ajudar pessoas e entidades, mas acredito que a Casa de Apoio e a subida do Penapolense para a primeira divisão paulista estavam entre eles”, disse.
Oliveira iniciou na rádio em 1984, onde trabalhou até 2012, ficando por 28 anos se dividindo entre o programa matinal que levava seu nome, com duração de cinco horas e as transmissões de futebol, como narrador. O também narrador Jorge Vinícius, hoje no Sistema Tathi de Ribeirão Preto, que começou na Difusora, também participou do programa.
Para quem acompanha a emissora nos últimos anos, com raras exceções como a saída de Oliveira que assumiu como prefeito, a programação mudou pouco, com seus principais locutores estando ‘no ar’ por muito tempo.
A equipe é formada por Souzinha, Luciano Silva, Paulo Dellalio e Valdir Lahr e a esportiva é composta por Tony Gali, José Raphael Caputo, o Carioca, Luciano Silva, Jeferson Brandão e Paulo Sanchez.
VALDIR LAHR
Um dos mais antigos, Valdir Lahr começou na emissora em 1960 e, ainda garoto, ajudava em tudo que era possível, tendo atuado como sonoplasta e, depois, locutor. Mas quem imagina que o profissional iniciou sua trajetória nos microfones com a programação sertaneja, isso não aconteceu. Na época, era ligado à Jovem Guarda, ritmo musical que destacou, por exemplo, Roberto Carlos.
A Difusora, ainda em AM e identificada como ZYR-33, fazia uma programação com disputas entre o “sertanejo raiz” e o movimento da época. Era chamado “Lari-larai contra o Iê-iê-iê”. Lahr disse que, mesmo aposentado, continua na emissora e completa 60 anos de casa.
Ele ainda lembrou-se dos programas de auditório, quando a emissora funcionava na rua Anchieta, 150 e as visitas que recebia de grandes artistas e duplas da música sertaneja, isso nas décadas de 70 e 80. “Eles vinham divulgar os lançamentos dos LPs, conversar com os locutores e cantar ao vivo no estúdio da rádio”, lembrou.
Naquela época, os discos eram todos autografados pelos artistas, com dedicatória ao locutor que os recebia nos estúdios durante a programação. Um dos colegas que trabalhou com ele naquela época, inclusive na discoteca da emissora, disse que, mesmo com a dedicatória, Lahr deixava todos ali. “Era para que outros programadores pudessem também ‘rodar’ em seus programas e divulgar o artista que tinha visitado a emissora”, relatou.
SOUZINHA
Valdomiro Francisco de Souza, o Souzinha, nascido em 22 de setembro de 1957 na antiga Fazenda Militar, em Barbosa, é filho de João Roberto de Souza e Avelina Ana de Souza, já falecidos, casal que lhe deu mais 11 irmãos.
Com seis filhos e seis netos e casado com Adriana Pereira de Souza, o locutor morou na roça até aos 16 anos, trabalhando na agricultura. Em 1972, veio com a família para Penápolis e começou a trabalhar na emissora como sonoplasta, levado pelo amigo Walter Kanetone.
“Esse foi meu primeiro e único emprego, por conta da oportunidade dada a mim por Irineu Santos Silva, filho dos fundadores da Difusora. O nome Souzinha foi dado por Jairo de Almeida Paula e Hélio Paz de Almeida, sócios-proprietários da rádio em 1984”, disse.
Nessa época, ele iniciou na apresentação do seu primeiro programa, o “Coração Sertanejo”, ao lado de Laércio Marques das 20h30 à meia-noite. Em 1989, foi para a recém-inaugurada Rádio Icatu AM, do empresário Celso Viana Egreja que, na época, já era sócio da Difusora, apresentando o programa Icatu Rural, das 5h às 8h, durante dois anos.
“Depois voltei pra Difusora e até hoje, no mesmo horário, apresento o ‘Paixão Sertaneja’. Em 1979, comecei animar as primeiras quermesses na zona rural, quando era som de corneta e disco de vinil. Depois foram chegando novas tecnologias e, hoje, como estamos na era digital, com projetores e telões, procuramos ficar mais atualizados”, destacou Souzinha.
Atualmente, por conta da pandemia, as quermesses foram canceladas, mas o animador espera que tudo se normalize o mais rápido possível. “Por tudo que tem acontecido em minha vida, quero primeiramente agradecer a Deus, pois sem Ele nada disso seria possível. Obrigado também pelo o apoio da minha família, comerciantes, igrejas, comunidades e amigos por sempre estarem comigo nessa caminhada”, agradeceu o locutor.
PAULO DELLALIO
Outro profissional que atua na emissora é Paulo Eduardo Dellalio, hoje com 60 anos. Ele está no rádio desde 1973, mas na Difusora chegou em janeiro de 2002, onde tem programa das 13h às 15h, reduzido por conta da pandemia.
“Antes, era das 13h às 17h”, confirmou. Radialista e jornalista, Dellalio tem grande experiência nos microfones e, quem acompanha seu programa, além das músicas mais antigas e atuais que são solicitadas por ouvintes, pode ouvir as últimas notícias do dia.
Segundo ele, a internet é uma grande ferramenta de informação que o profissional aproveita para selecionar as melhores informações e passá-las aos seus ouvintes. “São notícias importantes para as pessoas, principalmente aquelas que afetam o nosso dia a dia”, explicou.
LUCIANO
O penapolense Luciano Silva, o mais recente dos profissionais que atua na emissora, faz parte do time de sonoplastas que, durante muitos anos, trabalharam como “técnico de som” até que um dia decidiram enfrentar o desafio do “microfone”.
Foi assim, em 31 de maio de 2018, que Silva assumiu o comando do programa matutino na emissora. ‘Preguinho’, como é mais conhecido, trabalhou na rádio pela primeira vez entre 1998 e 2000, como “office boy”, quando tomou gosto pelo rádio.
Uma das paixões é o futebol e, desde garoto, se destacava nos gramados e nas quadras de futsal. Na época, foi um dos destaques do “Troféu Imprensa”, torneio de futebol de salão formado por equipes da imprensa penapolense, defendendo a Difusora. Ele ficou na emissora até 2000, voltando nove anos depois como técnico de som para trabalhar no programa de Oliveira. Hoje, com 39 anos de idade, comanda a programação matinal da emissora.
INÍCIO
Fundada em 12 de junho de 1950, pelas mãos de Francisco Alves da Silva, o “Chico da Rádio”, que possuía um serviço de alto falante na cidade, a emissora é uma referência na comunicação, calcada no pioneirismo de uma programação sempre voltada para a prestação de serviços, utilidade pública, entretenimento com músicas de qualidade e notícias sempre em primeira mão.
Até a metade da década de 80, foi administrada pela família, Santos Silva, que transferiu a concessão para um grupo de empresários oriundo de Votuporanga. Esse, por sua vez, vendeu para a família Egreja, tendo como proprietário o empresário Celso Egreja, que já era dono da Rádio Icatu, também operando em AM.
No final da década de 90, as duas emissoras foram adquiridas por Roberto Egreja, também empresário do setor sucroalcooleiro e sobrinho de Celso. Atualmente, a Difusora está instalada em prédio próprio na avenida Antonieta Vilela Ferreira, 900.
A emissora ganhou ainda mais qualidade ao migrar sua sintonia do AM para o FM, atualmente modulando em 88,3 FM. A programação também recebeu uma nova repaginada, ficando mais moderna, mas sem perder a essência que, nos últimos 70 anos, consolidou-a como a “namoradinha da cidade”.
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