Rubinho Bertolini volta para a equipe de Caique agora na função de Secretário de Governo
Política
Consta acordo para ele ser candidato a vice do atual prefeito na eleição municipal deste ano; para concorrer, Rubinho tem que se desligar em abril
Gilson Ramos 16/02/2024Rubens de Médici Ito Bertolini, o Rubinho Bertolini, como é conhecido, voltou para a equipe de governo do prefeito Caique Rossi.
Portaria nº 086, de 9 de fevereiro, publicada na edição eletrônica do Diário Oficial do Município nesta quinta-feira (15), o nomeia para ocupar o cargo de Secretário Municipal de Governo e Gestão Participativa.
A Portaria é assinada pelo prefeito municipal, Caique Rossi. Mas sua apresentação oficial no novo cargo ocorreu na reunião geral do secretariado, ocorrida nesta quarta-feira (14). Na ocasião só foram feitas as devidas apresentações, sem entrar no mérito da motivação política para o retorno dele à equipe de cargos de confiança do prefeito.
Rubinho Bertolini foi o único secretário que não retornou às funções após a exoneração coletiva ocorrida no final do ano passado, para nova contratação agora na condição de Agentes Políticos, e não mais no regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
Ele foi nomeado secretário de Desenvolvimento e Trabalho no início de 2022, após a saída a pedido do então secretário Fábio Ferracini, que se desligou da equipe de governo para poder concorrer a deputado estadual na eleição daquele ano.
Rubinho, que já foi vereador, presidente da Câmara e prefeito interino por quase 5 meses em 2017, foi candidato a prefeito em duas eleições municipais, inclusive na de 2020. Era cotado para disputar novamente o processo eleitoral deste ano, concorrendo ao Paço.
Fontes ligadas à política local, informam que a volta de Rubinho à equipe de governo se deve a um acordo firmado com o prefeito, que vai para a disputa da reeleição. Dessa forma, Bertolini, nesse acordo, seria o candidato a vice na dobradinha com Caique, no lugar da atual vice-prefeita, Mirela Fink.
Essa desistência de Rubinho em concorrer à prefeitura, e o aceite de Caique para que ele seja o candidato a vice, teria tido a influência de dois políticos da cidade, um em atividade parlamentar, e outro que atua atualmente nos bastidores.
Porém, para se candidatar a qualquer cargo eletivo na eleição deste ano, ocupantes de cargos de comissionamento deverão se desincompatilizar das funções públicas até 6 meses antes do dia da eleição. Portanto, em abril, no dia 2, ele já teria que se exonerar.
VACÂNCIA
O cargo de Secretário de Governo, popularmente conhecido como Chefe de Gabinete, estava vago desde o início de 2022 quando houve a saída do então secretário, Thiago Mazucato, que se exonerou a pedido.
Consta que o prefeito empreendeu várias tentativas nos últimos meses para trazer de volta Mazucato para o cargo. Hoje, o ex-secretário está envolto a outros projetos profissionais e políticos. Neste último caso, de oposição ao atual governo municipal.
Desde a saída de Mazucato, até então, a pasta era ocupada acumulativamente pelo coronel Daniel Barbosa Rodrigueiro, secretário de Trânsito e Mobilidade Urbana. Rodrigueiro é uma espécie de “coringa” dentro da atual administração, respondendo interinamente por outras pastas, sempre que necessário.
No início do ano, após a necessidade de exoneração coletiva para adequação ao novo regime de vínculo empregatício, Bertolini foi o único de todos os secretários municipais não reconduzidos.
Na ocasião ele teria divergido da forma como ocorreu a mudança do regime, e os eventuais prejuízos financeiros que a medida poderia trazer aos ocupantes dos cargos de secretários.
Consta que Bertolini defendia aprovação da mudança para Agentes Politicos pela Câmara de Vereadores, mas com vigência a partir somente de janeiro de 2024, ou seja, para a próxima administração.
Rubinho já havia comunicado ao prefeito, quando da última reunião de 2023 do secretariado, que muito provavelmente ele não retornaria à equipe após a exoneração.
Na edição do Diário Oficial do Município do dia 10 de janeiro foram publicadas todas as portarias de recondução aos cargos. Chamou a atenção não constar a de Bertolini. Somente no dia 12 daquele mesmo mês ele oficializou junto ao prefeito o seu desligamento com o governo, pelo menos fazendo parte dos cargos de confiança.
A não permanência dele, conforme decisão pessoal, suscitou rumores de que poderia vir a ser candidato a prefeito, justamente concorrendo contra Caique, que vai tentar a reeleição.
Bertolini teria deixado o governo para não se comprometer com os projetos do atual prefeito.
Ele já foi candidato a prefeito em duas eleições, sendo que na de 2020 ficou e terceiro lugar. Ele chegou a ser prefeito interino por 4 meses no início de 2017, até o retorno do prefeito eleito, Célio de Oliveira, que conseguiu garantir sua reeleição que correu sub judice no Tribunal Superior Eleitoral.
Também já foi assessor parlamentar de deputado federal.
O cargo de secretário de Desenvolvimento e Trabalho, que ele ocupou inicialmente na atual gestão, teria o compromisso do prefeito de seu preenchimento por indicação, a critério do prefeito, pelo Sincomércio (Sindicato do Comércio Varejista) Penápolis.
Foi assim com o primeiro titular da pasta, Fábio Ferracini, que para disputar a eleição de deputado estadual deixou a equipe de governo. O prefeito Caique, quando convidou Rubinho, apenas consultou a diretoria do Sincomercio para saber se havia alguma objeção, não ocorrendo nenhum obste.
Em nova nomeação no início deste mês de fevereiro, o prefeito convidou Filipe Pinheiro, sem consulta ao Sincomercio e ACE (Associação Comercial).]
PROJEÇÃO
Rubinho está filiado ao Republicanos, mesmo partido do Governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Contudo, há filiados no diretório municipal que estão divididos quanto a uma candidatura própria a prefeito.
No grupo político há apoiadores do atual prefeito. Um dos casos é a própria vereadora Dona Vilma, que é servidora municipal, e dizem não estaria disposta a estar contra o Paço na disputa eleitoral.
Quando deixou a Secretaria Municipal de Desenvolvimento disse que o momento era de reorganizar o seu trabalho, ele que é advogado, e tem experiência de duas passagens pela Câmara de Vereadores, e duas tentativas na disputa pela Prefeitura Municipal. Rubinho foi assessor de parlamentar federal.
Com circulação no público evangélico, e com sua passagem de prefeito interino, ganhou popularidade e simpatia de parcela do eleitorado. Como prosseguiu com seu trabalho de bastidores em contatos com os diversos segmentos, há um credenciamento natural para uma nova candidatura ao Paço.
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