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Santa Casa já teria esgotado medicamentos do kit intubação

Cidade

São utilizados outros anestésicos, mas os remédios não são os mais indicados

Drogas alternativas estariam sendo utilizadas para manter os pacientes intubados na UTI

Drogas alternativas estariam sendo utilizadas para manter os pacientes intubados na UTI. Foto: Arquivo/JI

JOVEM PAN PENÁPOLIS

Situação bastante preocupante na Santa Casa de Misericórdia de Penápolis. Os medicamentos que compõem o chamado “kit intubação”, para o tratamento de pacientes com a Covid-19, já teriam chegado ao fim nos estoques do hospital. Drogas alternativas estariam sendo utilizadas desde o início desta semana, para manter os pacientes intubados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

A notícia foi veiculada nesta terça-feira (6), pelo telejornal Tem Notícias 1ª edição, da TV Tem, afiliada da Rede Globo, em link feito ao vivo defronte à Santa Casa, na hora do almoço. A reportagem do INTERIOR entrou em contato com a superintendência do hospital, bem como a assessoria de imprensa da AHBB (Associação Hospitalar Beneficente do Brasil) que administra a entidade, porém, até o fechamento desta edição, não responderam aos questionamentos.

Segundo o hospital, os medicamentos acabaram e a unidade não conseguiu encontrá-los para a compra, como é o caso do midazolam e fentanil. Com a falta deles estão utilizando outras drogas para substituição: diazepam ou mesmo a morfina utilizados em pacientes com outras doenças.

Conforme a reportagem televisiva, de acordo com a direção técnica esses medicamentos não são os mais indicados, mas é o que se tem no momento, inclusive para manter esses pacientes sedados, para que eles não sintam desconforto ou até mesmo problemas em caso de estarem voltando à consciência; eles precisam ser mantidos sedados, por isso uso de drogas alternativas.

Ainda conforme noticiado, os medicamentos acabaram e a unidade não conseguiu encontrá-los para a compra. Para o final de semana passada a Santa Casa recebeu 300 ampolas do anestésico midazolam para intubação do Governo do Estado, só que o consumo médio é de 120 ampolas por dia, que pode variar dependendo do número de pacientes que estão na UTI ou que estão intubados. Fentanil, outro sedativo também acabou.


FORNECIMENTO

O governo estadual disse que, após constantes cobranças da Secretaria de Estado da Saúde por medidas urgentes ao Ministério da Saúde para auxílio no fornecimento de medicamentos para intubação, o governo federal liberou ao Estado, desde a semana passada, 215.313 ampolas de neurobloqueadores e anestésicos, o que corresponde a apenas 6% do que é preciso para atender a demanda mensal da rede pública estadual.

O necessário seriam 3,5 milhões de ampolas. A nota afirmou ainda que secretaria tem tentado fazer acordos com farmacêuticas e faz o monitoramento diário da demanda, além de pedir a ampliação da disponibilidade de compra ao governo federal.


FALTA

Na semana passada, o INTERIOR noticiou antecipando que a Santa Casa estava sofrendo a mesma realidade de diversos hospitais, inclusive da região, com a falta de medicamentos e do kit intubação para garantir a ventilação mecânica de pacientes internados nos leitos da UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Conforme a direção da Santa Casa, na quarta-feira passada, dia 31 de março, o estoque de relaxante muscular estava baixo e não havia previsão de receber novos insumos pelo menos até o início desta semana, 5 de abril.

O superintendente do hospital, Roberto Martins Torsiano, disse que de maneira geral, não há no momento medicação disponível para compra em nenhum lugar do país, em todos os hospitais públicos e privados, devido à requisição administrativa realizada pelo Ministério da Saúde, em que as empresas produtoras da medicação estão proibidas de vender os insumos aos hospitais.

Ainda segundo o hospital, essa medida adotada pelo órgão federal poderá comprometer, em breve, o atendimento aos pacientes internados e a restringir novos atendimentos. Além da dificuldade de encontrar fornecedores para abastecer os estoques dos hospitais, o preço disparou.

De acordo com Torsiano, o problema é que não se tem ofertas das medicações com os distribuidores, ou seja, o mercado não está oferecendo. “Mesmo tendo aumento os preços astronomicamente, não tem para entregar”, relatou.

Nestes últimos dias, as equipes de farmácia e de compras estão empenhadas em fazer um mapa de estoque e aquisições, no máximo esforço para ver tudo o que se pode adquirir, mas não estão achando. Ainda conforme o diretor, não tem distribuidor que se disponha a assumir o compromisso de fornecer.



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