Secretaria de Estado da Saúde confirma que Penápolis não terá unidade do AME
Saúde
Decisão, segundo secretário, teria sido técnica, mas critérios usados na avaliação não foram divulgados
Ivan Ambrósio 05/12/2019Penápolis não terá o AME (Ambulatório Médico de Especialidades), unidade que vinha sendo pleiteada desde o ano passado e que chegou a ser anunciada pelo ex-governador Márcio França (PSB). A confirmação foi feita ontem (4) pela assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde.
No último dia 28, durante inauguração da avenida Juscelino Kubitschek, em Araçatuba, o secretário José Henrique Germann Ferreira, acompanhado do governador João Dória (PSDB) e do secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, havia dito que, a princípio, o município não receberia o ambulatório.
“Por trabalharmos em rede, é impossível ter tudo em todos os lugares e, neste caso, por questões técnicas e não política e nem de dinheiro, foi decidido que, hoje, não há necessidade de um ambulatório na cidade”, comentou. A reportagem questionou quais critérios foram usados para tomarem a decisão.
No entanto, nem o secretário e o órgão disseram. Germann informou ainda na solenidade que, mais à frente, seja pelo aumento da população ou outros fatores, a possibilidade da instalação do AME em Penápolis poderia voltar em pauta pela secretaria. Em janeiro deste ano, uma determinação do governo estadual suspendeu temporariamente a instalação da unidade que, inicialmente, seria na modalidade cirúrgica.
O compromisso havia sido firmado em 2018, durante a gestão do ex-governador Márcio França (PSB) e na cerimônia de inauguração da Faculdade de Medicina da Funepe (Fundação Educacional de Penápolis), ocorrida em junho. Após cumprir todas as etapas legais para o ato formal, foi publicado no Diário Oficial em 27 de dezembro do ano passado o despacho que definiu a OS (Organização Social) responsável pelo gerenciamento do ambulatório.
O compromisso de Penápolis era de que, a partir de janeiro, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Pacaembu pudesse promover as adequações necessárias no prédio – onde funcionava o hospital da Unimed -, que foi alugado pela Prefeitura por R$ 50 mil mensais, por um período de cinco anos, com a inauguração ocorrendo entre os meses de março e abril.
No entanto, em fevereiro, a secretaria confirmou a suspensão da instalação da unidade, decisão que o governador João Dória (PSDB) já teria tomado quando assumiu a gestão. Na época, foram publicados decretos que definiriam as ações, no sentido de aprimorar a aplicação de recursos e garantir a redução de gastos, com a revisão ou mesmo cancelamento de contratos.
COMITIVA
Diante disso, uma comitiva, formada pelo prefeito Célio de Oliveira (sem partido), o vice Carlos Alberto Feltrin (MDB) e os vereadores foram a capital paulista resolver o assunto em fevereiro. Na época, Germann teria dito que a unidade do AME ficaria para o ano que vem por problemas orçamentários.
Entretanto, em agosto, o prefeito de Araçatuba, Dilador Borges (PSDB) anunciou, pelas redes sociais, a implantação do AME Cirúrgico, unidade confirmada por Dória durante evento recente. O tucano disse que recebeu a confirmação pela diretora da DRS-2 (Departamento Regional de Saúde) de Araçatuba na época, Claudinéia Cecília da Silva.
O comunicado foi feito por meio de ligação telefônica, na qual ela teria afirmado que o governador autorizou a instalação da unidade. Durante solenidade ocorrida em julho para assinatura de liberação de recursos para a construção da rotatória da Bonolat, o vice-governador Rodrigo Garcia (DEM) comentou a implantação do ambulatório. Com isso, ficou a expectativa de que fosse instalado um ambulatório de consultas e exames em Penápolis, conforme apalavrado com o secretário durante encontro em São Paulo.
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