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Sobe a quantidade de animais silvestres atropelados nas rodovias da região

Região

Foram 17 animais silvestres atropelados e resgatados de janeiro a junho deste ano

No último dia 30, uma onça-parda foi resgatada já sem vida na rodovia Raul Forchero Casasco

No último dia 30, uma onça-parda foi resgatada já sem vida na rodovia Raul Forchero Casasco. Foto: Divulgação

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Um dado preocupante e que ascende o alerta das organizações ligadas à fauna e ao meio ambiente. O número de animais silvestres atropelados e que são resgatados nas rodovias da região – incluindo a Marechal Rondon (SP-300), Assis Chateaubriand (SP-425) e Raul Forchero Casasco (SP-419), aumentou 112,5% no primeiro semestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Os dados foram disponibilizados pelo Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) da Associação Mata Ciliar e da Faculdade de Medicina Veterinária da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Araçatuba. De acordo com os números, de janeiro a junho de 2021, foram enviados para o local para receber os devidos cuidados oito animais.

Dentre as espécies, estão aves (carcará, periquito-de-encontro-amarelo), mamíferos (raposinha-do-campo, tamanduá-bandeira e veado-catingueiro) e répteis (cágado-de-barbicha). Já no mesmo período deste ano, a quantidade subiu para 17, com destaque para a onça-parda que, somente em julho, foram três atropeladas.

Uma delas foi resgatada, no último dia 30, na Raul Forchero Casasco, próximo de Alto Alegre. Conforme a associação, o animal foi levado já sem vida pela Polícia Militar Ambiental ao local sem vida e passaria por necropsia, pois apresentava evidências de fraturas e traumatismo cranioencefálico.

Além do felino, o centro já recebeu esse ano cachorro-do-mato; jaguatirica; lebre-comum; mão-pelada; tamanduá-bandeira; tatu-peba e veado-catingueiro, além de aves, como arara-canindé; coruja-buraqueira; jandaia-de-testa-vermelha; perdiz; seriema e urubu-preto.

Até o último dia 30 de julho, os dados subiram para 21 animais atropelados, sendo que, 15 faleceram, quatro chegaram mortos, um foi solto e outro segue em reabilitação. Já de janeiro a dezembro de 2021, foram resgatados 33 animais das mais variadas espécies, vítimas de atropelamento. Do total, 25 morreram, dois chegaram em óbito, cinco foram soltos e um transferido para a unidade de Jundiaí (a 469 km de Penápolis).


FATORES

Para o Cras, um dos fatores que, infelizmente, tem contribuído para o aumento dos atropelamentos ou a captura de animais silvestres no perímetro urbano é o desmatamento para a implantação de empreendimentos imobiliários e industriais que fragmentam os habitats, colocando-os frente às estradas.

“As vastas áreas de cana-de açúcar, quando se tem a grande movimentação de colheitadeiras, as queimadas mais presentes nessa época de estiagem, que empurra os animais para as rodovias - essa informação, inclusive, influencia muito na quantidade de vítimas de atropelamentos, quase que dobra o número de bichos que chegam”, explicou.

O órgão ainda reforça que a população, primeiramente, precisa lutar para que sejam criadas políticas públicas de proteção à fauna em todas as estradas, pois, além de ser um problema, também apresenta um risco de acidentes com as pessoas e dá dicas de como podemos colaborar para a prevenção e queda de casos.

“Ao dirigir por áreas com matas e cursos d’água, devemos redobrar a atenção, pois ali é habitat de muitas espécies de animais silvestres. Algumas delas são sinalizadas com placas, mas nem todas são assim. Boa parte das espécies são mais ativas ao cair da tarde e a noite e, por isso, acabam sendo atropelados nesse período”, ressaltou. O centro ainda pondera o que o condutor deve fazer ao avistar um animal silvestre na pista.

“Nunca buzine ou dê farol alto. Isso pode assustá-lo e fazê-lo com que corre na direção errada. O correto é reduzir a velocidade. Sempre que avistar algum bicho atropelado na pista, acione a concessionária responsável. Ele ainda pode estar vivo e ter chances de recuperação. Ela é importante para mapear as áreas com maior ocorrência de atropelamento, o que pode contribuir para futuros programas de proteção a fauna”, finalizou.



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