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Sorocaba decreta epidemia da dengue

Saúde

Foram confirmados 104 casos da doença no município paulista

Além dos 104 casos de dengue confirmados, Sorocaba registrou dois casos de chikungunya

Além dos 104 casos de dengue confirmados, Sorocaba registrou dois casos de chikungunya. Foto: Reuters/Direitos Reservados

JOVEM PAN PENÁPOLIS

A Prefeitura de Sorocaba, no interior de São Paulo, decretou epidemia de dengue na cidade. Foram confirmados 104 casos da doença no município, sendo 76 autóctones, 73% dos casos; 25 importados, ou seja, de pacientes que se contaminaram em outras cidades, e três de origem indeterminada. Ao todo, foram 802 notificações. Dessas, 629 foram descartadas e 69 continuam em investigação.

De acordo com a Vigilância Epidemiológica da cidade, a justificativa dada para o momento epidêmico se dá pela curva de tendência, a partir do número de casos da doença em série histórica de 2009 até 2019, sendo excluídos os anos epidêmicos. Nas quatro últimas semanas, o órgão observou que a curva dos casos de 2020 está acima do limite superior da curva de tendência, quando a curva ultrapassa o limite superior de casos por quatro semanas consecutivas considera-se momento epidêmico.

“As arboviroses têm essa característica de causar epidemias de tempos em tempos, e a última grande epidemia em Sorocaba foi em 2015, então era esperado que a gente tivesse uma nova epidemia em 2019 ou 2020, principalmente pela introdução de um novo vírus em 2015, com o vírus da dengue tipo 1, então a maioria das pessoas ficou exposta e criou anticorpos contra esse vírus. Agora, com a introdução em 2019 do vírus da dengue tipo 2 no estado de São Paulo, praticamente todo mundo é suscetível a pegar o tipo 2, então esse aumento no número de casos reflete esse novo vírus que tem na cidade”, disse a chefe da Divisão de Zoonoses, Thais Buti.

Além dos 104 casos de dengue confirmados, Sorocaba registrou dois casos de chikungunya. Não há casos de febre amarela e zika.

A concentração de casos de dengue ocorre na região do Jardim Rodrigo, e também nos bairros Hortência e Simus.

“A pessoa que apresenta sintomas de dengue pode se dirigir a qualquer unidade de saúde do município, que será atendida normalmente. Estamos numa situação de epidemia, mas o número de doentes ainda é relativamente baixo comparado ao ano de 2015. Então, por enquanto, não foi necessário o atendimento em tenda de hidratação e nenhuma outra medida de emergência”, disse Thais.

A prefeitura já iniciou os preparativos para o Dia D da Dengue, no próximo sábado (8), e contará com a colaboração de servidores públicos na conscientização da população sobre a doença. Nesse dia também haverá trabalhos técnicos como visitas casa a casa e arrastão de criadouros nas áreas mais críticas da cidade.


INSETICIDA MALATHION

Após oito meses sem receber o inseticida Malathion do Ministério da Saúde, Sorocaba recebeu na última quinta-feira (30) 100 litros do produto. O inseticida é usado por agentes de saúde para a nebulização e pelo caminhão de fumacê, somente em casos positivos de dengue e aglomerados de casos, respectivamente. O produto tem o objetivo de eliminar as fêmeas infectadas com o vírus.

“A quantidade não é suficiente, e por esse motivo, estamos usando de forma estratégica nos locais mais críticos da cidade. A previsão é que na semana que vem a região de Sorocaba receba mais 200 litros do veneno”, informou Thais.


AÇÕES

Até o dia 28 de janeiro, 35.110 imóveis da cidade foram visitados pela Divisão de Zoonoses da cidade nas seis áreas do município - centro norte, centro sul, leste, noroeste, norte, sudoeste. Um total de 4.549 recipientes foram encontrados dentro dos imóveis visitados com água, portanto, estavam prontos para criar o mosquito.

Foram removidos, até o momento, 60 toneladas de criadouros na cidade; intensificado o trabalho da Divisão de Zoonoses aos sábados e aumentado o número de caminhões de arrastão de dois para três.

A chefe da Divisão de Zoonoses, Thais Buti, reforça a recomendação de não deixar água parada nas casas. “Recomendo fazer uma vistoria uma vez por semana dentro e fora do imóvel, não somente no quintal, removendo qualquer tipo de recipiente que esteja com água parada. Caso não possa remover o recipiente, como um vaso sanitário com pouco uso, por exemplo, adicione sabão em pó ou detergente, por que esses produtos vão impedir que a larva se prolifere nesse criadouro. Outra medida é o uso de repelente como protetor individual”. (*) Por Ludmilla Souza - Repórter da Agência Brasil  São Paulo



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