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Universidade do Texas investigará morte de mulher por doença da vaca louca

Cidade

Maria Célia Tognon tinha 56 anos e faleceu em março deste ano

Ainda não há prazo para que as amostras sejam encaminhadas para a universidade

Ainda não há prazo para que as amostras sejam encaminhadas para a universidade. Foto: Brandon Watts/Flickr

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Reportagem publicada no último dia 31 pela Folha da Região, de Araçatuba, informa que a Universidade do Texas, nos Estados Unidos, investigará a morte da dona de casa Maria Célia Tognon, de 56 anos, ocorrida em março em Penápolis.

A causa teria sido por “encefalopatia espongiforme por príon, ou DCJ (Doença de Creutzfeldt-Jakob)”. O nome se refere a uma das doenças que fazem parte de um grupo conhecido popularmente como “mal da vaca louca”.

O fato foi revelado por familiares na última terça (30), que querem descobrir a cadeia de contaminação de que foi vítima a mulher. Maria Célia estava internada na Santa Casa local, quando morreu em 23 de março deste ano.

Na época, o corpo foi encaminhado para São José do Rio Preto, onde foram retiradas amostras do tecido cerebral que foram encaminhadas para o Instituto Estadual do Cérebro, com sede no Rio de Janeiro (RJ).


PRAZO

Ainda não há prazo definido para que as amostras sejam encaminhadas para a universidade norte-americana, o que deve acontecer ainda neste semestre. A mulher faleceu sete meses após os primeiros sintomas.

Segundo familiares, uma dor de cabeça insistente, tonturas e mal-estar foram percebidos pela dona de casa em agosto do ano passado. Em menos de um mês, passou a sentir dificuldades para falar, engolir e respirar e, em seguida, vieram às convulsões violentas, necessitando ser internada no hospital.

A informação da causa da morte contida no laudo confirmada pelo neurocirurgião Marcus Vinícius Semedo, um dos médicos que atendeu a mulher. Pelo menos outros dois profissionais que examinaram a paciente também chegaram ao mesmo diagnóstico.

No entanto, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo não confirma. Em nota, a pasta explica que “o caso não foi comprovado para o DCJ Adquirido, que é transmitido pelo consumo de carne contaminada e conhecida como vaca louca”.

“A paciente foi diagnosticada com a DCJ Esporádica, que é a forma mais comum da doença, mas sem qualquer relação com o consumo de carne bovina”, destacou. Em nota, a Prefeitura informou que o caso estava sob responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde.

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde para comentar o assunto, mas não houve retorno. A doença é causada pela proteína priônica, um agente infeccioso menor do que um vírus, formado apenas por proteínas altamente estáveis e resistentes.


EXAME

No caso de Maria Célia, o exame indicou se tratar da forma esporádica da doença, que tem incidência mundial entre um e dois casos para cada um milhão de habitantes, não tendo a fonte de contaminação conhecida.

Ele não descartou completamente a possibilidade de se tratar de um caso de variante, que é ligado diretamente ao consumo de carne bovina. Segundo o laudo, “não há critérios diagnósticos definitivos histológicos nem imuno-histoquímicos para a nova variante”.

Apesar do resultado, a família pretende acionar na Justiça o Ministério da Agricultura e órgãos responsáveis pelo rastreamento de doenças transmitidas pelo consumo de animais. Ela deixou dois filhos, de 29 e 34 anos.



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