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Voluntárias criam projeto para orientar adolescentes sobre abuso sexual

Cidade

Encontro com aproximadamente 100 estudantes ocorreu na noite de 23 de maio

Cerca de 100 alunos de 11 a 12 anos participaram da atividade feita pelas voluntárias

Cerca de 100 alunos de 11 a 12 anos participaram da atividade feita pelas voluntárias. Foto: Divulgação

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O refeitório da escola estava repleto de alunos famintos para receber outro tipo de alimento essencial: a informação. Silêncio. Olhos atentos e ouvidos abertos para aprender a reconhecer e como proceder em casos de violência e abuso sexual que, muitas vezes, acontecem dentro de casa.

O projeto chamado “Eu sou assim” foi criado pelas agentes comunitárias de saúde, Crisley Aparecida de Oliveira Maurício e Regiane Alonso Tavares, que de forma voluntária, atenderam ao pedido da escola estadual Professor João Teixeira Sampaio, para conversar com os alunos dos 6º anos sobre o assunto.

O encontro, com aproximadamente 100 estudantes de 11 e 12 anos, ocorreu na noite de 23 de maio, durante o mês em que são realizadas ações de mobilização no Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

Conforme explica Chrisley, o projeto trabalha de forma interativa com os alunos. “Projetamos um vídeo educativo curto sobre o assunto e depois iniciamos uma conversa sobre os cuidados com o corpo, cuidado com as redes sociais, como identificar as práticas de abuso sexual e como reagir e denunciar”, disse.

Sensibilizada com o tema, ela escreveu até mesmo um poema chamado “Corpo Valioso” e declamou pela primeira vez aos alunos. A enfermeira Natália Carvalho de Costa também participou de forma voluntária do encontro com os estudantes, levando o seu depoimento pessoal e a importância de denunciar os casos de violência doméstica e de abuso sexual.


ACOLHIMENTO

Regiane acrescentou que os alunos também puderam participar de uma dinâmica interativa sobre o assunto, sendo depois aberto um momento para perguntas e respostas.

“Infelizmente, muitos casos de violência doméstica e abuso acontecem dentro de casa. A criança e o adolescente precisam saber como identificar e em quem confiar para contar e denunciar, porque muitas vezes o familiar não acredita nelas. Por isso, é importante que a escola discuta esse tema e o professor seja uma referência de acolhimento e confiança desses estudantes, assim como nós profissionais da saúde já que, em casa, muitas delas não recebem esse tipo de orientação e apoio”, analisou.

O projeto das voluntárias chegou à escola a pedido da professora orientadora Osmélia Mendes Altimari, com apoio da diretora Rosângela Siqueira.


CONSCIENTIZAÇÃO

As voluntárias contam que há cinco anos desenvolvem projetos com a temática “Saúde na Escola”, orientando os alunos de todas as idades sobre diversos temas. “Já falamos sobre higiene pessoal, uso racional de água, bullying, gravidez precoce, IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis), entre outros assuntos, conforme a indicação da escola e faixa etária dos alunos”, destacou Chrisley.

Regiane relatou que o projeto foi interrompido durante os dois anos da pandemia e foi retomado agora. De acordo com ela, a intenção é continuar o projeto direcionado aos alunos, mas também expandir para assuntos relacionados à melhor idade, caso haja interesse desse público. Para as agentes de saúde, o objetivo é conscientizar a comunidade através das crianças e também alcançar os adolescentes com temas pertinentes à idade.

“Sabemos que a adolescência é um período complicado de mudanças que desperta muitas sensações e sentimentos. Dessa forma, queremos acolher e orientar essas crianças e adolescentes para que elas saibam que é possível viver feliz, de forma saudável, sem medo de ser o que se é”, concluíram. (*) Por Thaísa Fernanda – jornalista voluntária



CORPO VALIOSO


O meu corpo é um tesouro

Vale mais que prata e ouro

É uma obra de arte

Que papai do céu me deu

O meu corpo é exclusivo

E quem toca nele sou só eu

Se tenho namorado

Tenho sempre atenção e cuidado

Não deixo ninguém chegar e ir “metendo” a mão

Para tocar esse corpinho só se for com permissão

Se alguém chegar de mansinho

Dando uma de ligeiro e espertinho

Fale mais alto

Desça do salto!! Grite bem alto!

Não!!!

Do meu corpo não desdenho

É valioso e precioso é tudo que tenho

Tenho pelo meu corpo

Cuidado, carinho e afeto

Se algo errado ou diferente acontece

Coloque a boca no trombone e não fique quieto!


Chrisley Maurício (agente de saúde)



JOVEM PAN PENÁPOLIS

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